Os mercados de ações da Europa fecharam em direções divergentes nesta quarta-feira, 31, após um ano de turbulências econômicas e políticas que pesaram em grande parte dos índices no acumulado de 2014. Entre os destaques, as bolsas de Londres e Paris encontraram consolo na última sessão do ano ao terminar em alta, com expectativas sobre futuras medidas de estímulo pelo Banco Central Europeu (BCE). Contudo, os resultados de hoje não foram suficientes para reverter as perdas totais do ano.
A hipótese de uma atuação mais ampla do Banco Central Europeu marcou o último dia do ano nas bolsas da Europa. Em entrevista, o integrante do comitê executivo da instituição Peter Praet sinalizou que a queda do petróleo deve levar a inflação para o campo negativo e exigirá uma ação ainda mais ampla da instituição. A opinião reforça a aposta de um programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) na zona do euro.
Com isso, os principais índices acionários da região se mantiveram com ganhos durante grande parte do pregão, que teve duração menor. O índice francês PCAC-40, de Paris, encerrou com elevação de 0,64%, aos 4.272,75 pontos, o que limitou a perda no ano a 0,54%. Na capital britânica, o índice FTSE-100 subiu 0,29%, aos 6.566,09 pontos, mas caiu 2,71% no acumulado de 2014, marcando a primeira baixa anual desde 2011.
Entre os principais fatores que pesaram sobre as ações durante 2014, vale lembrar as disputas geopolíticas entre Rússia, Ucrânia e países do Ocidente, além da crise política na Grécia e da contínua queda nos preços de petróleo. Outro tema que permeou as discussões entre os investidores foi o enfraquecimento econômico da China. O mais recente gatilho para as preocupações foi o índice dos gerentes de compras (PMI) industrial do país, que caiu a 49,6 na leitura final de dezembro, de 50,0 na leitura final de novembro, segundo dados medidos pelo banco HSBC.
Com isso, o índice português PSI-20, de Lisboa, encerrou a sessão com perda de 0,08%, aos 4.798,99 pontos. No acumulado de 2014, a queda foi de 26,83%, influenciada também pela crise no Grupo Espírito Santo e as preocupações com o futuro da Portugal Telecom. Em Madri, o índice IBEX-35 terminou estável, a 10.279,50 pontos, com ganho anual de 3,66%. O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 ganhou 0,4% hoje, com elevação de 4,3% no ano que contou com novas iniciativas de estímulo, como cortes de juros e programas de injeção de liquidez, pelo Banco Central Europeu.