Economia

Bolsas europeias fecham em direções divergentes no 1º dia de negócios do ano

As bolsas europeias fecharam o primeiro dia de pregão do ano, nesta sexta-feira, 2, em direções divergentes, embaladas por declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e também por dados sobre a atividade industrial das principais economias do continente. Londres, Paris e Frankfurt fecharam em terreno negativo, enquanto Milão, Madri e Lisboa terminaram em alta. O índice Stoxx 600 recuou 0,4%, para 341,27 pontos.

Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, Draghi reconheceu que o risco de o BCE não cumprir a meta de inflação “é maior do que há seis meses” e que isso aumenta as chances de o banco agir já no início do ano para cumprir seu mandato. As declarações foram entendidas pelos participantes do mercados como mais uma indicação de que o BCE caminha para um programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) na zona do euro. A próxima reunião do BCE será em 22 de janeiro.

Outro fato que mexeu com os mercados foi a divulgação dos índices dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial. Na zona do euro, o índice subiu para 50,6 em dezembro, ante 50,1 de novembro. O resultado, no entanto, veio abaixo expectativa dos analistas, que esperavam 50,8.

Embora o PMI da zona do euro indique ligeira expansão, França (47,5) e Itália (48,4) continuam em retração, enquanto a Espanha (53,8) anunciou índice menor do que em novembro. A Alemanha se manteve em linha com as expectativas e apresentou um PMI de 51,2. Fora do bloco, o PMI industrial do Reino Unido (52,5) também ficou abaixo do resultado de novembro.

As declarações de Draghi não foram suficientes para animar os investidores de Londres, onde pesaram os dados ruins da produção industrial britânica e a queda das cotações do petróleo e do ouro, em meio a um movimento de valorização do dólar. O índice FTSE-100 abriu o ano de 2015 com baixa de 0,3%, aos 6.547,80 pontos.

O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, fechou com queda de 0,4%, aos 9.764,73 pontos, resultado influenciado por PMIs mais fracos do que o esperado e pela fuga de investidores para ações de países periféricos. As ações de todas as companhias aéreas terminaram o dia em alta, com destaque para a Lufthansa, que teve valorização de 1,5%. As altas foram puxadas pela queda do preço do petróleo.

O fraco desempenho industrial também influenciou a bolsa de Paris, onde o índice CAC-40 fechou o dia com queda de 0,5%, aos 4.252,29 pontos. Bancos franceses, entretanto, viram suas ações se valorizarem depois do discurso de Draghi. O Crédit Agricole terminou o dia com alta de 1,3%, enquanto o Société Générale subiu 1,1%.

Milão, Lisboa e Madri terminaram o dia em terreno positivo, refletindo o otimismo do mercado em relação à proximidade de um programa de compra de ativos do BCE. O FTSE-MIB terminou o dia com alta de 0,62%, aos 19.130,26 pontos, enquanto o PSI-20 avançou 1,17% e foi aos 4.855,04 pontos.

Em Madri, o índice IBEX-35 terminou a sexta-feira em alta de 0,69% e foi aos 10.350,80 pontos. A bolsa também foi influenciada pelo anúncio de que a venda de veículos na Espanha subiu 18,4% em 2014, o maior crescimento em 15 anos. Segundo a Associação Espanhola de Fabricantes de Automóveis e Caminhões (Anfac), este é o 16º mês seguido que as vendas aumentam.

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