As bolsas europeias fecharam em queda nesta terça-feira, 15, pressionadas pelo sétimo recuo consecutivo da confiança do investidor na Alemanha, pelo retorno das preocupações com a crise no Grupo Espírito Santo (GES) e pelo enfraquecimento das bolsas de Nova York. O índice Stoxx 600 recuou 0,40% e fechou a 338,42 pontos.
O temor de que a Rioforte, que pertence ao Grupo Espírito Santo, não pague um empréstimo para a Portugal Telecom pesou sobre os mercados europeus. As ações do Banco Espírito Santo fecharam em queda de 14,61%, enquanto as da Portugal Telecom recuaram 2,14%. A pressão foi maior sobre as bolsas do sul do continente. O PSI 20, da Bolsa de Lisboa, caiu 1,13%, a 6.111,85 pontos. Em Madri, o Ibex 35 cedeu 1,23% e terminou a 10.475,90 pontos. Em Milão, o FTSE Mib recuou 1,33%, a 20.422,95 pontos. As preocupações com o GES acabaram contrabalançando o efeito dos balanços considerados bons de bancos norte-americanos.
Também contribuiu para as perdas o nervosismo depois que relatório do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) alertou para a possibilidade de os papéis de companhias do setor de tecnologia estarem sobrevalorizados. Os mercados norte-americanos registraram recuos, o que pesou sobre as bolsas europeias.
Entre os dados econômicos, o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha caiu para 27,1 em julho, de 29,8 em junho, abaixo da previsão de analistas (28,0). Esta foi a sétima queda seguida do indicador.
Com isso, o DAX, da Bolsa de Frankfurt, caiu 0,65% e terminou a 9.719,41 pontos. O Deutsche Bank se beneficiou dos resultados firmes divulgados pelo Goldman Sachs e do JP Morgan, com as ações subindo 1,94%. Os papéis da SAP foram pressionados por um alerta de queda dos lucros no segmento de software (-0,91%). Em Paris, o CAC-40 recuou 1,03%, a 4.305,31 pontos, também pressionado pelo dado fraco do Zew e pelo relatório do Fed. GDF Suez (+0,46%), EDF (+1,40%) e Danone (+0,90%) subiram devido a elevações nas recomendações para os papéis.
Em Londres, o FTSE-100 perdeu 0,53%, a 6.710,45 pontos. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido registrou alta de 1,9% em junho na comparação com o mesmo período do ano passado, acima do esperado por analistas (+1,6%). No patamar atual, a inflação está se aproximando da meta de 2% do Banco da Inglaterra (BoE). Analistas projetaram que a notícia aumenta a expectativa de que a instituição elevará juros em novembro. O presidente do BoE, Mark Carney, disse ao Comitê do Tesouro do Parlamento britânico que não sabe quando a primeira elevação virá, mas que o período dependerá de dados econômicos.