As principais bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, 31, em meio a um movimento de ajuste das carteiras por parte dos investidores com o fim do mês e do trimestre. O movimento também é influenciado pela alta do euro, que pressiona os papéis de empresas exportadoras, e por dados que mostram que a região se manteve em terreno deflacionário em março.
Participantes de mercado deram uma pausa após a valorização das últimas sessões e ajustaram suas carteiras antes do relatório de emprego nos Estados Unidos, que sai amanhã. Como resultado, o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 1,07%, aos 337,54 pontos. Em março, o índice acumula alta de 1,08%. Nos três primeiros meses de 2016, por outro lado, houve queda de 7,73%.
As ações do setor financeiro e de telecomunicações lideraram as perdas nesse pregão. Na França, a extensão das negociações entre as operadoras Orange e a Bouygues levou as ações das duas a recuar, respectivamente, 1,25% e 3,64%. Já na Itália, o noticiário negativo do setor e o rebaixamento da avaliação da Banca Monte dei Paschi di Siena (-4,19%) pelo Bank of America Merril Lynch ajudaram a levar para baixo os papéis do setor: Banco Popolare cedeu 6,42% e Unicredit, 3,06%.
A apreciação do euro também pressionou o setor exportador do continente. Na Alemanha, as ações da Daimler recuaram 0,82%, enquanto as da BMW caíram 1,72%. Amparado por essas perdas, o índice DAX de Frankfurt fechou em queda de 0,81%, aos 9.965,51 pontos. No mês, a bolsa alemã acumula valorização de 4,95%, enquanto no trimestre sofre queda de 7,24%.
Operadores continuaram a se desfazer de suas posições em dólar após a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, reiterar esta semana que a alta dos juros nos Estados Unidos será gradual neste ano. Para o analista técnico da Forex.com, Fawad Razaqzada, no entanto, as intenções de Yellen estão sendo testadas pela bateria de dados desta semana, “incluindo o relatório de empregos de março e dados do salário médio por hora, que saem nesta sexta”.
Por fim, as praças europeias também digeriram a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que registrou queda anual de 0,1% em março.
Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,46%, aos 6.174,90 pontos. A queda ocorre a despeito do desempenho das ações do setor minerador: Anglo American avançou 3,06%, enquanto Glencore ganhou 3,79%. Em março, o índice acumula alta de 1,28%, enquanto no trimestre houve queda de 1,08%.
Em Paris, o índice CAC-40 fechou em queda de 1,34%, aos 4.385,06 pontos, acumulando alta de 0,72% em março e queda de 5,43% no trimestre. Em Milão, o FTSE-Mib cedeu 1,41%, aos 18.116,88 pontos. No mês, houve alta de 2,80%, enquanto no trimestre, queda de 15,41%.
O índice Ibex-35 da bolsa de Madri fechou em queda de 1,66%, aos 8.723,10 pontos. No mês, a bolsa madrilenha acumula alta de 3,09%. Já no trimestre houve queda de 8,60%. Em Lisboa, o PSI-20 cedeu 2,05%, aos 5.020,61 pontos. Em março, o índice acumula alta de 5,31% e, no trimestre, queda de 5,51%. (Com informações da Dow Jones Newswires)