Os mercados acionários europeus fecharam em baixa nesta segunda-feira, 5, reagindo aos novos atentados terroristas que ocorreram em Londres no último fim de semana e que deixou sete mortos e dezenas de feridos. Apesar de o mercado estar mais resiliente em relação ao terrorismo, a notícia influenciou por ocorrer às vésperas das eleições gerais britânicas, que devem decidir o futuro do país, devido às negociações da saída do Reino Unido da União Europeia, processo conhecido como Brexit.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,15% (-0,57 pontos), aos 391,98 pontos.
Um novo ataque terrorista atingiu o Reino Unido no fim de semana, tendo ocorrido em Londres e deixando sete pessoas mortas e dezenas de feridos. A premiê britânica, Theresa May, endureceu sua posição em relação ao terrorismo ao dizer que o país tem sido muito tolerante com o extremismo e que é preciso combater o terrorismo, derrotar o inimigo e dar um “basta” na situação. O novo ataque impulsionou uma escalada nas tensões às vésperas das eleições gerais britânicas, que ocorrem na próxima quinta-feira. Apontada como líder pelas pesquisas de intenção de voto, May promete ações muito mais duras em eventos como este do que o Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, que é o segundo colocado nas sondagens. Ao falar sobre a tolerância com o extremismo, a premiê deu uma indireta a seu principal rival na campanha. Depois do ataque de Manchester, alguns dias atrás, Corbyn avaliou que a atuação internacional do país em guerras acabou alimentando o terrorismo no quintal britânico.
O ataque, cuja autoria foi reivindicada pelo Estado Islâmico, ocorreu poucos dias após outro ato terrorista: o que ocorreu na saída do show da cantora pop Ariana Grande, em Manchester. No domingo, Ariana voltou à cidade, onde realizou o One Love Manchester, um evento beneficente ao lado de outros grandes artistas do cenário pop mundial, como Katy Perry, Justin Bieber, Coldplay e Miley Cyrus, cuja verba foi destinada às famílias das vitimas do atentado ocorrido em maio.
Entre os indicadores divulgados no dia, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro ficou estável em 56,8 em maio, permanecendo no maior nível dos últimos seis anos, em linha com as expectativas dos analistas. Na Alemanha, cujos mercados estão fechados hoje em função de um feriado local, o PMI composto subiu de 56,7 em abril para 57,4 em maio, atingindo o maior patamar em 73 meses. Já no Reino Unido, o PMI de serviços caiu de 55,8 para 53,8 no mesmo período de comparação, para o menor nível em quatro meses. O resultado ficou bem abaixo da previsão de economistas, que apontavam para uma redução do indicador para 54,9.
Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,29%, aos 7.525,76 pontos, com ações de companhias aéreas entre as maiores perdas. A EasyJet baixou 3,24% e a International Consolidated Airlines recuou 2,55%. As mineradoras acompanharam o preço dos metais básicos e também recuaram: a Antofagasta perdeu 3,54% e a Glencore caiu 1,17%.
O índice CAC-40, da bolsa de Paris, fechou em baixa de 0,66%, aos 5.307,89 pontos. Entre os bancos, o Crédit Agricole perdeu 0,54%; o Société Générale teve 0,57% de desvalorização e o BNP Paribas teve baixa de 0,47%.
Já em Milão, o índice FTSE-MIB recuou 0,99%, aos 20.721,04 pontos. Bancos também estiveram entre as ações que registraram perdas, com o Intesa Sanpaolo caindo 1,31%, o Banco BPM baixando 2,73% e o Unicredit tendo queda de 1,42%.
Na Espanha, o Banco Popular afirmou que estuda medidas para aumentar sua liquidez e que espera se reunir com o Banco Central Europeu (BCE) amanhã. Os papéis do banco recuaram 18,16% e puxaram para baixo o índice Ibex-35, da bolsa de Madri, que fechou em queda de 0,19%, aos 10.884,70 pontos. Já o índice PSI-20, da bolsa de Lisboa, recuou 0,74%, para 5.278,13 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)