Dúvidas crescentes por parte dos investidores em relação à agenda de reformas proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e uma onda vendedora de papéis de tecnologia fizeram com que os mercados acionários americanos fechassem em baixa nesta terça-feira, 27, nas mínimas do dia. O movimento foi impulsionado pelo adiamento da votação do projeto dos senadores republicanos de reforma no sistema de saúde do país, que estava previsto para ocorrer nesta semana.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,46%, aos 21.310,66 pontos; o S&P 500 recuou 0,81%, aos 2.419,38 pontos. Já o Nasdaq cedeu 1,61%, aos 6.146,62 pontos, tendo registrado sua primeira queda mensal neste ano.
Um dos lemas da campanha eleitoral de Trump – “revogar e substituir o Obamacare” – parece não ter conseguido quantidade suficiente de adeptos no Senado com o plano dos republicanos no Senado. Durante a tarde, o líder do partido na Casa, Mitch McConnell, confirmou que a votação, antes prevista para a próxima sexta-feira, foi adiada e deve ocorrer somente após o feriado do Dia da Independência. A decisão do adiamento é um reflexo das dificuldades dos republicanos em conseguir votos suficientes para aprovar a medida. Após o fechamento dos mercados, Trump se reuniu com todos os senadores de seu partido, a fim de fazer com que alguns dissidentes passem a apoiar a proposta.
O setor de saúde foi um dos mais afetados do dia, após o anúncio do adiamento da votação: a Pfizer baixou 0,79%; a Novartis caiu 0,51%; a Merck recuou 0,58%, fechando na mínima, assim como a Procter & Gamble, que cedeu 0,84%. O fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) iShares Nasdaq Biotechnology perdeu 2,71%, apresentando a queda mais forte em um dia desde 11 de janeiro.
Já as ações de tecnologia, que no dia anterior haviam sido pressionadas pela retomada do decreto anti-imigração de Trump, após decisão da Suprema Corte americana, voltaram a fechar no vermelho. Apple (-1,43), Amazon.com (-1,73%), Microsoft (-1,87%), Netflix (-4,11%) e Facebook (-1,96%) lideraram as perdas do setor, com um ataque cibernético que afetou companhias europeias no radar. Já os papéis do Google perderam 2,47% nesta terça-feira, após decisão do regulador antitruste da União Europeia aplicar uma multa de 2,42 bilhões de euros contra a Alphabet, controladora do Google, por ter favorecido o próprio sistema de compras online, o Google Shopping, em seu mecanismo de busca. (Com informações da Dow Jones Newswires)