Economia

Bolsas fecham em queda na Europa, pressionadas por desemprego e Grécia

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta terça-feira, 31, em queda, pressionadas por dados de desemprego na zona do euro, impasse nas negociações sobre a dívida da Grécia e ajustes de posições no final do mês. Os mercados acionários tiveram, no entanto, um dos melhores trimestres da história, na esteira do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu (BCE), que prevê a compra mensal de 60 bilhões de euros em bônus até, pelo menos, setembro de 2016.

O índice pan europeu Stoxx 600 recuou 0,64% nesta terça-feira, encerrando em 397,30 pontos. O indicador, no entanto, acumulou alta de 16,50% nos três primeiros meses do ano.

Apesar de todo o otimismo com o QE do BCE, os indicadores divulgados hoje trouxeram algumas dúvidas a respeito da saúde econômica do continente europeu. O índice de preços ao consumidor de março caiu 0,1% ante o mesmo mês do ano, em linha com a expectativa do mercado. Já a taxa de desemprego recuou para 11,3% em fevereiro, ante expectativa de queda para 11,2%.

Outro fator que contribuiu para o viés de baixa das bolsas europeias foi a falta de novidades a respeito da extensão do programa de resgate dos credores internacionais para a Grécia. O governo de Atenas tem até o final de abril para consolidar a lista de reformas exigida por BCE, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI), mas encontra resistência nas instituições e no Parlamento local.

Hoje, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que “está acabando o prazo” para a Grécia chegar a um acordo sobre reformas com credores internacionais. “O tempo urge”, afirmou Merkel, acrescentando que as negociações em Bruxelas foram iniciadas, mas ainda não chegaram ao fim.

Todos esses fatores deram espaço para a realização de lucros recentes e para o ajuste de posições ao final do trimestre.

O índice FTSE-100, da bolsa de Londres, encerrou o pregão em queda forte de 1,72%, aos 6.773,04 pontos. As negociações foram pressionadas pela baixa dos preços do cobre e do petróleo. As ações da Anglo American cederam 4,53%, as da BP caíram 2,11% e as da Fresnillo recuaram 2,57%. No trimestre, no entanto, a bolsa britânica acumulou alta de 3,2%.

O ganho trimestral do índice FTSE-100 foi modesto se comparado aos pares europeus. O índice DAX, que hoje fechou em baixa de 0,99%, aos 11.966,17 pontos, foi um dos mais beneficiados pelo programa de estímulos do BCE e acumulou alta trimestral de 22,03%. O desempenho foi impulsionado por ações de grandes exportadoras alemãs, que tiveram seus resultados fortalecidos com a queda do euro em relação ao dólar.

O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, fechou o trimestre com ganho de 21,80%. No pregão de hoje, o recuo foi de 0,44%, para 23.157,12 pontos, sofrendo pressão de ações do setor bancário.

A bolsa de Paris encerrou o pregão em baixa de 0,98%, aos 5.033,64 pontos. A maior queda foi da empresa de sistemas automotivos Valeo, cujas ações recuaram 2,86%. No trimestre, o índice CAC-40 acumulou alta de 18,56%.

A bolsa de Lisboa teve baixa de 0,79% hoje, fechando em 5.968,53 pontos. No trimestre, a alta foi de 24,27%.

O índice IBEX35, da bolsa de Madri, chegou a tocar o território positivo na sessão, mas fechou em baixa de 0,07%, aos 11.521,10 pontos. No trimestre, a alta foi de 12,08%.

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