Enquanto o governo do presidente Jair Bolsonaro deve avalizar a liberação de mais de R$ 400 milhões (US$ 96 milhões), por meio da CAF (Corporação Andina de Fomento), para obras de macrodrenagem da bacia do rio Baquirivu-Guaçu, fundamentais para acabar com enchentes em diversos bairros de Guarulhos, conforme projeto do prefeito Guti aprovado pela Câmara Municipal, o governador João Dória anuncia pouco mais de R$ 12 milhões para obras com o mesmo fim para Guarulhos.
O projeto da Prefeitura, com participação do governo federal, se refere ao “Programa de Macrodrenagem e Controle de Cheias do Rio Baquirivu-Guaçu de Guarulhos”, que inclui uma série de outras obras tanto viárias como habitacionais. Será realizada a duplicação da Avenida Jamil João Zarif, com ciclovia e corredor de ônibus, além de loteamentos sociais no bairro Ponte Alta com saneamento básico, mobilidade e desenvolvimento urbano socioambiental.
O programa visa agregar os estudos de controle de enchentes previstos no Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto Tietê (PMAT), elaborado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), ao projeto de canalização no modelo aberto, ampliação do leito desde a divisa de Guarulhos com Arujá até as proximidades da sua foz com o Rio Tietê.
O projeto, que deve ter o aval do presidente Bolsonaro, também prevê a ampliação do Córrego Cocho Velho em sua foz, execução do parque linear, reconstituição dos taludes, recomposição da mata ciliar, recuperação das áreas de várzeas e remanejamento da população afetada pelas inundações e das que estão em área de preservação, criando nessa faixa um amplo parque linear com áreas de retenção de cheias que será envolto, no futuro, por sistema viário. Assim, a aprovação da propositura tem o objetivo de permitir a realização de diversas medidas interligadas e imprescindíveis.
Já o Governo do Estado anuncia um investimento 33 vezes menor contra as enchentes em Guarulhos e resolverá apenas problemas pontuais da cidade. A liberação de R$12,4 milhões prevê obras, serviços e projetos de drenagem em rios e córregos. Serão destinados R$ 11,2 milhões do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos e R$ 1,4 milhão do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Como o dinheiro é pouco se restringirá à contenção de margens de córregos, à limpeza e ao desassoreamento de cursos d’água e à elaboração de projetos de canalização. O Córrego das Pedrinhas, no bairro do Jardim Santo Afonso, será contemplado com desassoreamento e limpeza, em um quilômetro de extensão, e o investimento será de R$ 1,2 milhão.
Governo do Estado tirou investimentos de Guarulhos
O mesmo Governo do Estado havia aprovado um empréstimo de cerca de R$ 300 milhões em 2012 para realizar as mesmas obras que agora serão liberadas por Bolsonaro, na bacia do Baquirivu. No entanto, em 2014, durante a crise hídrica, o governo do PSDB transferiu os recursos de Guarulhos, na época administrado pelo PT, para Campinas, deixando a cidade sem as obras que poderiam ter evitado uma série de enchentes em todo o entorno do Baquirivu nos últimos anos.