O presidente Jair Bolsonaro (PL) se definiu neste domingo, 23, como "o rei da picanha" ao comparar o preço da carne no Brasil com o de países da Europa e dos Estados Unidos, depois de ter criticado em diversas ocasiões o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por tocar no assunto.
Adversário de Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto, o petista tem repetido que a população terá novamente dinheiro para "churrasco e cerveja" se ele voltar ao governo.
"Se pegar valor médio do Bolsa Família lá atrás, você comprava três quilos de picanha. No nosso Auxílio Brasil você compra oito. Então, desculpa aqui, eu sou o rei da picanha", disse Bolsonaro.
A declaração do presidente, a uma semana do segundo turno, contraria o posicionamento que adotou a até pouco tempo atrás. Em 13 de outubro, durante discurso em Recife (PE), Bolsonaro afirmou que os eleitores não precisam "acreditar em promessa de picanha".
"O preço da carne está caindo", disse o chefe do Executivo, na ocasião. A inflação de alimentos era uma das principais preocupações da campanha de Bolsonaro, que atribuía parte da dificuldade do presidente de conquistar votos da população de baixa renda aos preços nos supermercados.
Em 26 de agosto, o chefe do Executivo já havia rebatido uma fala de Lula sobre o tema. "A esquerda vende a ilusão de picanha para todo mundo, e eu digo: não tem filé mignon para todo mundo", declarou, na ocasião, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.
"O povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer uma picanha e tomar uma cervejinha", tinha dito Lula, em 25 de agosto, durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.