O ex-presidente Jair Bolsonaro Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 7, que as pedras preciosas que recebeu em outubro do ano passado em Teófilo Otoni (MG) valem apenas R$ 400. Ele se negou a responder se ainda está com os objetos.
Como revelou o <b>Estadão</b>, mensagens trocadas entre militares que atuavam na Presidência da República indicam que o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro receberam um envelope e uma caixa com supostas pedras preciosas na cidade mineira. Uma das mensagens registrava que o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro teria solicitado que o bem não fosse incluído na lista oficial de presentes.
"Em 27/10/2022, foi guardado no cofre grande, 01(um) envelope contendo pedras preciosas para o PR (presidente da República) e 01 9 (uma) caixa de pedras preciosas para a PD (primeira-dama), recebidas em Teófilo Otoni em 26/10/2022. A pedido do TC Cid, as pedras não devem ser cadastradas e devem ser entregues em mão para ele. Demais dúvidas, Sgt Furriel está ciente do assunto", diz o e-mail.
"A própria pessoa que me presenteou, não conheço ela, um advogado, disse que as pedras que ele comprou valem R$ 400. Está em algum lugar. Ninguém vai sumir com um negócio de R$ 400. Pode até ter sido extraviado", disse Bolsonaro, nesta segunda-feira, 7, após participar de uma reunião na Prefeitura de São Paulo.
Ele também negou que tenha utilizado os R$ 17 milhões recebidos de apoiadores por meio de Pix desde junho com despesas pessoais. Segundo ele, as transferências que fez a familiares e a um assessor apontadas no relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) saíram da sua aposentadoria e do salário que ganha de seu partido, o PL, e foram efetuadas antes das doações.
Ele também explicou a destinação dos valores que repassou. As 17 transferências via Pix efetuadas por ele à lotérica de seu irmão Angelo no valor de R$ 14 mil teriam sido destinadas a jogos da Mega Sena. "Se pegar os valores, são múltiplos de jogos de sete dezenas. Agora, está R$ 35 o jogo de sete números. Eu já fiz duas quadras no último mês", disse após reunião com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
O ex-presidente alegou ainda que o tenente do exército Osmar Crivelatti cuida de parte de suas despesas pessoais, por isso recebeu R$ 11 mil. Sobre os R$ 56 mil que pagou a sua mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, afirmou que o valor era pequeno. "Passei pouco para ela. Ela que paga as contas de quase tudo. Qual o problema?"
Já as transferências de R$ 77 mil feitas para Leda Maria Marques Cavalcante, moradora do Condomínio Estância Quintas da Alvorada, em Brasília, onde o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vive com a mulher e a filha, foram pagamentos mensais de R$ 13 mil de aluguel de uma casa.
<b>Aliança com Nunes</b>
Bolsonaro disse estar "noivo" de Ricardo Nunes, mas defendeu que o anúncio oficial de seu apoio seja adiado ao máximo, para evitar críticas de adversários. "Às vezes, num lançamento muito antecipado, você começa a levar tiro desnecessário. É desgaste até o último dia. Vamos deixar atrasar o máximo possível, porque até a escolha fica sendo melhor."
Afirmou, no entanto, que fez desabafos na conversa com o prefeito e negou que vá escolher um vice da chapa de reeleição. "Pode ser de outro partido até. O vice não é do Bolsonaro, é nosso. Não podemos impor."