Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais neste domingo, 23, para manifestar "repúdio" aos ataques feitos pelo seu aliado e ex-deputado federal Roberto Jefferson à ministra Cármen Lúcia, e ao que chamou de "ação armada" de Jefferson contra agentes da Polícia Federal (PF).
Neste domingo, o ex-parlamentar, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumpre prisão domiciliar desde o início do ano, trocou tiros com agentes da PF, atingindo ao menos um deles, no começo da tarde deste domingo, 23, de acordo com a filha dele e também ex-deputada, Cristiane Brasil.
Bolsonaro afirmou que determinou a ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ao Rio de Janeiro para acompanhar o "andamento deste lamentável episódio".
Na mesma postagem, contudo, o presidente voltou a criticar a atuação da Justiça, dizendo repudiar "a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP".
"Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", escreveu Bolsonaro.
O ex-presidente do PTB é investigado por atuação em milícia digital contra a democracia. Desafeto de Bolsonaro e alvo de ataques constantes do presidente, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é relator do inquérito na Suprema Corte.
Em vídeo divulgado na sexta-feira, 21, Jefferson comparou a ministra Cármen Lúcia, que atua no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a uma "prostituta" por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan. Ele usou também os termos "Bruxa de Blair" e "Carmen Lúcifer" para se referir à ministra. Os ataques foram fortemente repudiados por Moraes, a presidente do Supremo, Rosa Weber, juízes federais e políticos.
Na decisão que tirou Jefferson do presídio de Bangu 8, no Rio de Janeiro, e o liberou para o regime domiciliar, Moraes proibiu o ex-deputado de manter qualquer comunicação exterior, vedando inclusive a participação em redes sociais. À época, o ministro destacou que o descumprimento injustificado das medidas resultaria no restabelecimento imediato da prisão preventiva.