Ovacionado em comício em Campinas, interior de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro disse que completou três anos e oito meses de governo sem corrupção no Brasil. "Isso é obrigação", disse o candidato à reeleição pelo PL. "Acusam-me de tudo, mas não me chamam de corrupto", disse. Na verdade, uma série de reportagens com denúncias de corrupção no Ministério da Educação e envolvendo a compra de 51 imóveis por Bolsonaro e parentes com dinheiro vivo têm sido publicada nos últimos meses. O senador Flavio Bolsonaro, que é filho do presidente, tentou censurar a publicação por meio da Justiça, mas não obteve êxito.
"Dizem que eu digo palavrão. Sim, digo palavrão, mas não sou ladrão", afirmou, usando a palavra para mais uma vez se remeter ao seu principal oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Sou um cidadão, sou caipira, sou um capiau do interior de São Paulo, mas não sou ignorante como é esse ladrão", arrancando mais uma vez gritos de "mito, mito" entre os presentes. Na quinta-feira, no Programa do Ratinho (SBT) o petista disse que o atual chefe do Executivo é "ignorantão", "xucro" e parece um "capiau do interior de São Paulo".
Bolsonaro afirmou que sabe das potencialidades de seu País e que é um presidente que quer ordem, paz e progresso. "Mas se precisar lutar contra essa quadrilha do Lula, nós lutaremos", afirmou dizendo pela terceira vez neste comício que "povo armado jamais será escravizado". Neste momento, seus apoiadores começam a bradar: "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão".
Depois de dizer que tem recebido o apoio de motociclistas por todas as partes do País que tem visitado, o chefe do Executivo mencionou que foi recebido em Garanhuns (PE), com honra de chefe de Estado pelo povo da região – Lula nasceu no local. "Todo o Brasil está conosco A vitória será no primeiro turno", previu.
Ao final do comício, ele comparou as chapas com mais chance de vitória: "Do lado de cá, dois militares, dois soldados que serviram ao Brasil. Do lado de lá, dois ladrões", citou, em referência também ao vice de Lula, Geraldo Alckmin. Um, conforme Bolsonaro, roubou o Brasil por 14 anos e outro, teria roubado a merenda de escolas de São Paulo por oito anos.
O candidato do PL pediu para que seus seguidores ajudassem a convencer conhecidos que ainda estão em dúvida sobre quem votar, dizendo que basta apresentar o rumo que países tomaram ao seguirem "essa ideologia comunista". "É só mostrar o quanto o Brasil foi saqueado de 2003 a 2015", disse, citando mais uma vez o endividamento da Petrobras durante as gestões do PT, e cifras que teriam sido "saqueadas" também do Banco do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa.
"Esse é o governo do PT, Esse é Luiz Inácio Lula da Silva, o maior ladrão que passou pela história da humanidade. O nosso povo não merece que esse bandido volte para a cena do crime."