O presidente Jair Bolsonaro encerra neste sábado, 1º, a campanha no primeiro turno das eleições com viagens a São Paulo, maior colégio eleitoral do País, onde deve participar de uma motociata nesta manhã na capital, e para Joinville, em Santa Catarina, Estado em que obteve 76% dos votos no segundo turno de 2018. A campanha aposta em uma "onda verde e amarela" para tentar alavancar o candidato à reeleição na reta final.
O QG bolsonarista decidiu manter foco total no Sudeste, que concentra os três maiores colégios eleitorais, para tentar evitar uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, no primeiro turno. Ontem, Bolsonaro transmitiu em suas redes sociais trechos de uma motociata com apoiadores em Poços de Caldas, Minas Gerais. Desde ontem, os candidatos não podem mais fazer comício.
Dois dias antes, o presidente havia feito campanha em Santos (SP). As viagens para SC hoje e para Pernambuco e Bahia na terça-feira, 27, foram decididas pelo próprio Bolsonaro, ao contrário do que orientaram seus aliados. Interlocutores do chefe do Executivo dizem que os Estados nordestinos são "caso perdido", dada a ampla vantagem de Lula, e consideram que os catarinenses já vão em sua maioria votar no chefe do Executivo.
Em SP, Bolsonaro também tenta hoje alavancar as candidaturas do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas ao governo do Estado e a do ex-titular da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes ao Senado, com uma motociata pela capital. Em SC, onde também vai andar de moto, o chefe do Executivo quer ajudar outros dois aliados: o senador Jorginho Mello (PL), que concorre ao governo do Estado, e o ex-secretário da Pesca Jorge Seif Jr. (PL), que disputa um assento no Senado.
Desde agosto, Bolsonaro deu prioridade aos três maiores colégios eleitorais do País: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O presidente escolheu a cidade de Juiz de Fora (MG), onde levou uma facada em 2018, para dar início à campanha. Ao longo das últimas semanas, o chefe do Executivo intensificou seus ataques a Lula e ao PT e reforçou as pautas religiosa e ideológica, com críticas ao aborto, à legalização das drogas e à ideologia de gênero.
Nos últimos dias, Bolsonaro também passou a pregar contra o voto útil, estratégia adotada pela campanha de Lula para tentar "liquidar a fatura" no primeiro turno. Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta semana, o presidente disse que os eleitores devem votar neste domingo em seu candidato favorito. O cenário ideal para o chefe do Executivo é que as candidaturas de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) não desidratem na reta final, o que poderia ajudar o petista.
<b>Multa</b>
A campanha de Bolsonaro vai recorrer ao TSE sobre a multa de R$ 20 mil imposta pela reunião com embaixadores em 18 de julho. Em votação no plenário virtual da Corte, os ministros decidiram, por unanimidade, que o chefe do Executivo incorreu em propaganda eleitoral antecipada no evento, quando questionou difundiu informações falsas e sem provas sobre as urnas eletrônicas.
Esta manhã, o advogado da campanha de Bolsonaro, o ex-ministro do TSE Tarcísio Vieira, afirmou "discordar respeitosamente da decisão" e que, hoje mesmo, apresentará "embargos de declaração para estimular o TSE a algumas reflexões adicionais".
Em 18 de julho, Bolsonaro convocou cerca de 70 embaixadores ao Palácio da Alvorada e difundiu, com vídeos e discurso, suas teses infundadas contra as urnas eletrônicas. Na sequência, partidos de oposição e o Ministério Público Eleitoral pediram que o caso fosse investigado.