Em encontro no Palácio do Planalto com José Arruda, irmão do guarda municipal petista Marcelo Arruda – assassinado a tiros em Foz do Iguaçu, no dia 9, por um militante bolsonarista – o presidente Jair Bolsonaro prestou solidariedade à família dele e reconheceu que o aniversariante foi a única vítima do caso, segundo o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que intermediou a reunião.
De acordo com o parlamentar, o presidente se retratou por dizer que o assassino teria recebido chutes de petistas no momento do crime. "O presidente, inclusive, se desculpou por esse fato. Porque a primeira informação que ele tinha – errada – e que eu disse a ele a verdade também, e o José também falou, que aquele ato, o chute, depois, não foi um ato provocado por um petista, foi um ato de um amigo do Marcelo bolsonarista", disse. "E nessa reunião, então, o presidente se retratou com ele e reconheceu que aquela fala foi sem a devida informação verdadeira", afirmou Otoni após a reunião. O irmão de Arruda não quis dar declarações.
"O presidente colocou muito claro que só há uma vítima nesse caso, que é o Marcelo. Ele era o dono da festa. Quem chega na festa para cometer o ato de violência é quem é o único responsável pela violência, e não o Marcelo", declarou.
Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos numa festa com temática do PT. A comemoração foi interrompida pelo agente penal federal Jorge Guaranho, simpatizante de Bolsonaro, que, segundo testemunhas, gritou "aqui é Bolsonaro", antes de começar a atirar. Após troca de tiros, no qual Guaranho também foi atingido, o agente recebeu chutes de amigos de Arruda.
<b> Narrativas </b>
Após a reunião, Bolsonaro disse que destruiu "narrativas". "Conversamos com o irmão daquele que faleceu, onde a imprensa tentou botar no meu colo a responsabilidade pelo episódio lamentável e injustificável. Brigas existem, mas como aquela não tem explicação, do nada. Do nada, deixando chefe de família morto, não interessa coloração político-partidária daquela pessoa", afirmou o presidente. "Destruímos narrativas e mostramos que me interessa conversar com ele para prestar solidariedade."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>