O presidente da República, Jair Bolsonaro, reconheceu nesta sexta-feira, 17, durante seu discurso na 59ª Cúpula do Mercosul e Estados associados, que a inflação deve ser combatida rapidamente para proteger o poder de compra da população. Ele também renovou a necessidade de se chegar a um acordo sobre a Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco, e o compromisso da presidência pró-tempore do Brasil, que se encerrou neste dia 17, com a formalização de acordos comerciais com diferentes países.
"Combater a inflação é tarefa que tem envolvido várias ferramentas de política econômica e que deve ser cumprida rapidamente, precisamos proteger a capacidade de consumo principalmente os setores de baixa renda, os mais afetados pelo início da pandemia", afirmou Bolsonaro em seu pronunciamento.
A Cúpula do Mercosul ocorreria em formato presencial em Brasília, mas o governo federal decidiu transformar o evento em virtual na semana passada sem explicar o porquê.
Segundo apurou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a mudança envolveu os impasses sobre a cobrança de passaporte da vacina nas fronteiras. Ao lado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o chefe do Executivo transmitiu seu discurso a partir do auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Bolsonaro ainda disse que o governo está comprometido com a recuperação da economia e com o crescimento sustentável. "Foi essa convicção que levou-nos a escolher como tema central do Fórum Mundial do Mercosul a integração produtiva no setor de fármacos. A pandemia demonstrou que não podemos ficar dependentes de exportação de fora da região", declarou o presidente.
Sem citar a demora do Brasil em comprar vacinas para a covid-19, fato exposto pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia, Bolsonaro ainda citou a suposta determinação do Mercosul e do País em oferecer imunizantes rapidamente e proteger a população da crise econômica.
<b>TEC</b>
O presidente citou a necessidade de se chegar a um acordo sobre a TEC, o que também foi citado logo antes por França. "Apesar de grande esforço, não foi possível alcançar acordo sobre a Tarifa Externa Comum, que deve aparecer como objetivo prioritário e incontornável para modernização do Mercosul", disse o ministro das Relações Exteriores, que também revelou o início de negociações do bloco por um acordo de livre comércio com a Indonésia.
Entre os acordos, Bolsonaro citou, sem oferecer detalhes, avanços em tratativas com União Europeia, Canadá, Coreia do Sul, Cingapura, Equador e Líbano, bem como a expansão do atual entendimento de comércio com a Índia.
"No que se refere à Ásia, celebramos a decisão de lançar negociações com a Indonésia e esperamos poder fazer em breve com o Vietnã. Na América latina, reativamos as reuniões por fóruns comerciais com o Chile, Colômbia e Peru", acrescentou o chefe do Executivo.