Política

Bolsonaro gastou menos que Lula e Dilma no cartão corporativo da Presidência da República

A divulgação dos gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo nos quatro anos de seu mandato foi motivo de uma série de polêmicas. Quando se aponta o valor sem correção da inflação, chega-se a R$ 27,6 milhões em gastos  no cartão corporativo disponibilizado para a Presidência da República. Em tese, o total seria maior que o dos últimos 3 ex-presidentes, incluindo o atual Luís Inácio Lula da Silva. No entanto, quando se leva em consideração a evolução da inflação e atualização dos valores, Bolsonaro é o que menos gastou em comparação ao próprio Lula e à ex-presidente Dilma Rousseff, quando se coloca na conta 4 anos do primeiro mandato.

Entre 2019 a 2022, os gastos de Bolsonaro foram feitos com alimentação, hospedagem e transporte. Corrigido pela inflação do período, o valor é de R$ 32,6 milhões, conforme dados levantados pela CNN.

Gastos presidenciais*:

  • Governo Bolsonaro (2019-2022) – R$ 32,6 milhões
  • Governo Dilma 1 (2011-2014) – 42,3 milhões
  • Governo Lula 1 (2003-2006) – R$ 59 milhões

* Valores corrigidos pela inflação

Um dos fatores que ajuda a explicar a diferença é a distinção na modalidade de despesas. Bolsonaro concentrou seus gastos em alimentação, enquanto Lula e Dilma em hospedagens durante viagens oficiais ao exterior, conforme aponta a reportagem da emissora.

A Secretaria-Geral da Presidência da República, sob o terceiro mandato de Lula, fez uma revisão da classificação das informações de gastos no cartão corporativo e tornou públicos os gastos de Bolsonaro nesta quinta-feira (12).  A informação da divulgação dos dados foi publicada, inicialmente, pela “Fiquem Sabendo”, agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI).

Bolsonaro gastou, por exemplo, um total de R$ 1,3 milhão em um hotel no Guarujá, onde passou férias, e R$ 16 mil na Academia das Agulhas Negras, onde também se hospedou em viagens ao Rio de Janeiro. Os gastos com o cartão corporativo incluem despesas diárias dos palácios do governo e também custos com a comitiva presidencial em viagens tanto no país como no exterior.

Entre os gastos com alimentação, Bolsonaro efetuou 161 compras em uma peixaria no Guará, em Brasília. As compras no estabelecimento totalizaram pouco mais de R$ 312 mil. Outro gasto que chama a atenção é a compra, em um único dia, de R$ 15 mil em uma lanchonete em São Paulo. Os gastos do cartão corporativo foram colocados em sigilo até cem anos pelo antigo mandatário, alegando informações pessoais.

Entretanto, a classificação dos dados foi revista e as informações liberadas.

Posso ajudar?