O presidente Jair Bolsonaro marcou para o dia 11 de agosto sua ida à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) como candidato à reeleição. A data escolhida por Bolsonaro é a mesma para a qual estão marcados dois atos em São Paulo em defesa da justiça eleitoral, da democracia e contra as investidas do presidente sobre o processo eleitoral brasileiro. Um desses atos tem a Fiesp como uma das principais articuladoras.
Diante de dirigentes da federação industrial, Bolsonaro deve ser convidado a assinar o manifesto preparado pela entidade em defesa da democracia, que tem apoio de outras entidades como a FecomercioSP e a Febraban. A informação foi revelada pelo jornal <i>Folha de São Paulo</i> e confirmada pelo <b>Estadão</b>.
A Fiesp tem realizado debates com os candidatos à presidência para entregar as diretrizes propostas pelo setor industrial para o País e ouvir os planos de governo de cada presidenciável. Bolsonaro estará na sede da Fiesp, na Avenida Paulista, às 16h do dia 11, após, portanto, a realização das manifestações que ocorrerão na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
No Largo de São Francisco, durante a manhã, juristas, empresários, banqueiros, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal e representantes de diversas entidades da sociedade civil planejam se reunir para um evento de resposta aos ataques de Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral. Dois atos são organizados para o mesmo período. Por meio do presidente da instituição, Josué Gomes da Silva, a Fiesp tem capitaneado a articulação de apoio ao movimento entre o ramo empresarial.
A possibilidade de convidar Bolsonaro a assinar o manifesto que trata do respeito às eleições é visto como algo "natural" dentro da Fiesp. Todos os presidenciáveis que estiveram na entidade até agora foram convidados por Josué a fazê-lo. É o caso de Luiz Felipe d Avila (Novo), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
Ao receber Tebet nesta segunda-feira, 1º, Josué afirmou que o texto é "absolutamente apartidário" e disse que a Fiesp entende que é preciso ter democracia e o estado direito "fortalecidos e não ameaçados".
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá à Fiesp antes de Bolsonaro, no dia 9. O petista tem dito que não assinou o manifesto pela democracia até agora para não partidarizar o movimento, embora aliados do ex-presidente considerem que o ato pró-democracia é benéfico para a campanha do PT, pois retrata Bolsonaro como uma ameaça. O ex-presidente já esteve na Fiesp no mês de julho, para um almoço reservado com empresários.