O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou o manifesto de entidades a favor da democracia em postagem no Twitter no final da noite desta quinta-feira, 28. "CARTA DE MANIFESTO EM FAVOR DA DEMOCRACIA. Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. ", tuitou o presidente. Minutos depois, sem mencionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano, o chefe do Executivo questionou de que lado estaria o manifesto.
"Se eu defender menos transparência nas eleições, financiar ditaduras comunistas na América Latina, manter diálogos cabulosos com o narcotráfico e tentar controlar a mídia, serei chamado de democrata? Ou na verdade isso não depende do que se diz, mas de que lado você está?", adicionou.
Mais cedo, em live, o presidente havia criticado o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, por atuar na organização de um manifesto em defesa da democracia que reúne assinaturas de associações empresariais e da sociedade civil.
Bolsonaro disse que o documento tem teor político e visa defender a candidatura de Lula. "Quem é contra a democracia no Brasil? Somos pela transparência, pela legalidade, respeitamos a Constituição", disse Bolsonaro. "Eu não entendi essa nota, que foi patrocinada pelo nosso querido filho do vice do ex-presidente Lula, seu Josué Gomes da Silva. É uma nota política em ano eleitoral."
Bolsonaro ainda reforçou o argumento de apoiadores de que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) será signatária do documento por perdas de arrecadação decorrentes do Pix.
Batizado de "Em Defesa da Democracia e da Justiça", o manifesto em criação pela Fiesp é o segundo documento público lançado em defesa da democracia após seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral.
Ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), vão lançar também a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" no próximo dia 11 de agosto. O documento que começou com 3 mil signatários já tem a adesão mais de 300 mil pessoas.