Diante do aumento da inflação, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira, 13, em evento do Palácio do Planalto, que o mundo terá de conviver "por muito tempo ainda" com a elevação nos preços dos alimentos. O chefe do Executivo, que se preocupa com o efeito da alta inflacionária para suas perspectivas de reeleição, voltou a citar a guerra na Ucrânia e a pandemia de covid-19 como motivos para o desconforto econômico no País.
"A Ucrânia é um grande país exportador de trigo e isso terá um repique na inflação do mundo todo. Pelo que se tem demonstrado, a inflação na questão alimentar terá que ser convivida por um longo tempo ainda. E o mundo, cada vez mais, consome mais", afirmou Bolsonaro. Ele também minimizou a alta no preço dos combustíveis no País, que preocupa a classe política em ano de eleição. "Petróleo, gasolina, diesel: um dos que menos aumentou o preço foi o Brasil."
O presidente voltou a dizer que trabalha junto à Embrapa para tornar o Brasil autossuficiente e, sem seguida, exportador de trigo. "Nós passaremos a ser, em poucos anos, autossuficientes em trigo e também poderemos exportar o equivalente a duas vezes o consumo de trigo no Brasil. Este é um País do presente, não se fala mais em país do futuro", declarou Bolsonaro.
O chefe do Executivo mencionou ainda a energia renovável. "Quando se fala em segurança energética, já está praticamente concluído o planejamento, saindo da prancheta, o nosso Nordeste tem condições de, em poucos anos, gerar energia por torres eólicas o equivalente a, no mínimo, 50 Itaipus", disse o presidente, em referência à usina hidrelétrica.
Durante o evento, que lançou o certificado de crédito Recicla+ e Plano Nacional de Resíduos Sólidos, Bolsonaro disse que o Brasil é um "exemplo" na questão ambiental, apesar de seu governo ter promovido uma flexibilização das regras do setor e ser criticado internacionalmente pelo aumento nos índices de desmatamento da Amazônia.
Ao comentar a presença de embaixadores de outros países na cerimônia, Bolsonaro declarou que o Brasil é um país livre e democrático, "que respeita contratos".