Em discurso para uma plateia de apoiadores durante visita à Feira Nacional de Soja, em Santa Rosa (RS), neste sábado, 7, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a negar que existam casos de corrupção no seu governo. Segundo ele, diversas acusações são feitas sem que as provas sejam apresentadas. "Hoje nós temos um governo que cada vez mais ganha respeito da sua população, porque a verdade para nós está em primeiro lugar. Temos um governo que acusam, mas nada provam sobre corrupção", disse.
Apesar das afirmações de Bolsonaro, como mostrou o Estadão, o Ministério da Educação (MEC) viveu seis escândalos simultâneos, incluindo o sobrepreço de mais de R$ 700 milhões para compra de ônibus escolares e a atuação de religiosos como lobistas, decidindo, inclusive, a destinação dos recursos da pasta.
No fim de março, o então ministro Milton Ribeiro foi obrigado a deixar o cargo após o <b>Estadão</b> noticiar um esquema de cobrança de propina na pasta em troca de liberação de recursos públicos para creches e escolas. O caso é investigado pela Polícia Federal e passou a tramitar no Tribunal Regional Federal da 1ª Região após decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal.
O presidente também tem trabalhado para barrar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. Em outra investigação, a PF apura o possível desvio de emendas parlamentares por parte de congressistas maranhenses da base bolsonarista.
<b>Armas</b> – No discurso para os ruralistas, Bolsonaro também voltou a afirmar que a segurança do País é garantida pelas Forças Armadas e por aqueles que compram suas próprias armas. "Sempre digo que o povo armado jamais será escravizado. Esse governo não teme, pelo contrário, fica feliz quando cidadãos de bem buscam comprar arma de fogo", disse.
A Petrobras também voltou a ser alvo das críticas de do presidente. Bolsonaro afirmou que a empresa fatura dezenas de bilhões de reais por ano, "a custo do povo brasileiro". Ele também disse que os brasileiros não aguentam mais reajustes nos preços dos combustíveis.
"Essa semana vocês estão conhecendo um pouco mais do que é a Petrobras no Brasil. Temos redutos ainda em nosso governo, espalhados por todo o País, que não entenderam que todos nós estamos no mesmo barco. Eles sabem que o Brasil não aguenta mais reajuste de combustível em uma empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano, a custo do nosso povo brasileiro", disse.
Após o discurso, a visita ao evento tomou ares de ato de campanha. O presidente visitou estandes, tirou fotos com participantes e foi ovacionado com um buzinaço de tratores, colheitadeiras e caminhões.