Estadão

Bolsonaro pede a mercadistas que segurem preços de produtos da cesta básica

Em almoço com empresários do Rio nesta quinta-feira, 17, o presidente da Republica, Jair Bolsonaro, mostrou preocupação com a inflação e pediu para mercadistas segurarem os preços de produtos da cesta básica. Isso se daria por meio da redução da margem de lucro.

O encontro com representantes de 11 entidades empresariais foi fechado, mas o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente, afirmou que houve esse pedido. "Ele reconheceu o grande sacrifício que já fazem; (pediu para) se possível reduzir um pouco, ainda mais, a margem de lucro. Demonstrou preocupação específica com produtos da cesta básica", apontou. "Porque a tendência, sabemos, é de aumentar o preço dos produtos de itens de primeira necessidade."

Ao lado do senador, o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio (Asserj), Fábio Queiróz, ponderou que as oscilações de preço também dependem do dólar, já que a moeda americana em alta favorece a exportação e, consequentemente, aumenta os valores dos produtos no mercado interno.

No evento, também foi citada a possível ampliação do Bolsa Família no fim do ano, tanto no número de beneficiados quanto no montante pago por família. O valor poderia ir para R$ 270, aumento de cerca de 50%. Esta é uma das apostas de Bolsonaro de olho na reeleição em 2022.

<b>Carta</b>

Os empresários, por sua vez, entregaram uma carta com reivindicações ao presidente. Entre elas, a aceleração do processo de vacinação no País e a manutenção do auxílio emergencial – tanto para pessoas quanto para empresas.

Outras prioridades demonstradas foram a aprovação do plano de adesão do Rio ao novo Regime de Recuperação Fiscal, já apresentado pelo Estado. Eles pediram ainda o investimento em rodovias e o incentivo à criação de um Polo de Desenvolvimento Tecnológico e de Inovação.

Bolsonaro esteve no hotel Windsor Barra, na zona oeste, para participar do evento organizado pelo grupo Rio Produtivo, criado em novembro do ano passado e formado por 11 entidades empresariais dos setores da Indústria, Supermercados, Hotelaria, Comércio, Turismo, Serviços, Alimentação e Eventos. A ideia do almoço era debater a retomada da economia fluminense.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), os senadores Flávio e Romário (Podemos-RJ) e deputados do Rio marcaram presença. Bolsonaro chegou por volta das 13 horas no hotel.

<b>CPI</b>

Na saída, o filho do presidente elogiou Castro e disse que "no momento" ele é o candidato favorito do clã para a eleição do Rio no ano que vem.

Afirmou ainda que o ex-governador Wilson Witzel (PSC) é um "assassino" que será processado pelas acusações feitas na quarta na CPI da Covid.

O ex-mandatário alegou que Flávio era o "dono" dos hospitais federais do Rio, que seriam comandados por milicianos.

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