O presidente Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira que, se o setor produtivo da soja exportar todo o produto para o mercado internacional, poderá desajustar o preço do óleo da commodity. De fato, o consumidor final tem se deparado com a alta dos preços do óleo no mercado interno, o que tem pesado inclusive nos índices de preços. No Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de outubro, divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta do óleo de soja foi de 22,34%.
Segundo o presidente, que se encontrará nesta terça à tarde com o setor produtivo da soja, liderados pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a produção brasileira "tem de ficar um pouquinho (de soja) no Brasil". "Se não ficar, bagunça o preço do nosso óleo de soja aqui", disse ele, ao conversar com um trabalhador do setor de armazenagem de grãos e com um produtor rural, antes reunião do Conselho de Governo, no Palácio da Alvorada.
As cotações da soja têm subido no mercado internacional por causa de diversos fatores. Entre eles, está principalmente a forte demanda da China, que utiliza a oleaginosa na produção de ração animal para suínos. "O preço tá bom também né?", perguntou Bolsonaro ao grupo, para em seguida elogiar a ministra Tereza Cristina e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
O encontro do presidente com o setor produtivo da soja deve ocorrer às 15 horas.
Na pauta, está prevista a discussão sobre a perspectiva para a próxima safra, mas o encontro ocorre em um momento que o preço da soja tem batido recordes e já provoca impacto na inflação dos alimentos. Participam da conversa também o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, além de representantes da Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Cargill, Bunge, Amaggi Agro, entre outros.