Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), avalia a possibilidade de devolver ao governo Medida Provisória que dificulta a remoção de notícias falsas das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira, que a disseminação das chamadas "fake news" não deve ser regulamentada no País.
"Fake news faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada?", questionou o chefe do Planalto durante a solenidade de entrega do Prêmio Marechal Rondon de Comunicações. "Não precisamos regular isso aí, deixemos o povo à vontade", acrescentou.
Na avaliação de Bolsonaro, fake news, para ele, é quase como um apelido. "Se eu colocar um apelido no ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e ele ficar chateado, vai pegar o apelido", disse o presidente.
A MP que dificulta a remoção de conteúdos falsos das redes sociais, além de ser criticada por parte do Congresso, recebeu parecer contrário do procurador-geral da República, Augusto Aras. O chefe do Ministério Publico pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do texto, considerado pela oposição como uma proteção a bolsonaristas, hoje na mira do inquérito das fake news.
Durante o evento, Bolsonaro reconheceu ainda que foi eleito com impulso das redes sociais. Apesar de sua retórica de ataques à imprensa, o chefe do Planalto garantiu que não vai tomar nenhuma medida para cercear os meios de comunicação. "No que depender de nós, jamais teremos qualquer medida visando censurar", afirmou. "Nossa liberdade de imprensa, com todos os seus defeitos, tem que persistir".