A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda nesta sexta-feira, 7, contra a propaganda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o associou ao canibalismo.
O vídeo foi exibido mais cedo na inserção de Lula na TV. O horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão para o segundo turno começou nesta sexta.
A propaganda mostra uma entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal americano New York Times, em 2016, em que o presidente afirma que comeria "índio sem problema nenhum". A íntegra está disponível no próprio canal do presidente no YouTube (trecho começa aos 54 minutos vídeo).
"Estive em Surucucu certa vez. Aí comecei a ver lá as mulheres índias passando com carregamento de bananas nas costas, uma atrás da outra. E o índio passa limpando os dentes com capim. O que está acontecendo? . Eu vi muita gente andando. Morreu um índio e eles estão cozinhando . Eles cozinham o índio, é a cultura deles. O corpo. Para comer. Eles cozinham por dois, três dias e comem com uma banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: Se for, tem que comer . Falei: Eu como . Daí a comitiva, ninguém quis ir. Vamos comigo lá , ninguém quis ir. Daí, como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo, tá ok?", disse Bolsonaro na entrevista.
A equipe jurídica do presidente prepara a representação que deve ser enviada ainda hoje ao TSE.
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, criticou a propaganda nas redes sociais. "Canibalismo, Lula? Foi isso que sobrou pra vocês? Já que "genocida" não colou, o presidente Bolsonaro é canibal? Eu pensei que iam bater o desperto e a baixaria no horário eleitoral na última semana. Me enganei. Lula, vergonha alheia!", escreveu.