O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida, nesta manhã de terça-feira a eleição de 2022, ao reiterar a apoiadores que não serão admitidas "eleições duvidosas" no ano que vem. Ontem, o presidente, que vinha ameaçando a realização do pleito, tentou mudar o discurso ao afirmar que sem o voto impresso não teríamos eleições "democráticas", nesta manhã, contudo, ele voltou a ser mais enfático ao questionar o pleito.
"Teremos eleições no ano que vem, mas eleições limpas, democráticas, e confiáveis", disse o chefe do Executivo, em um recado ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. E repetiu: "O Brasil vai ter eleições no ano que vem, eleições limpas, democráticas."
<b> Povo armado </b>
Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele fez insinuações ao sugerir reação popular nas ruas e dizer que o "povo tem que estar armado"."Todas as ditaduras precederam a campanha de desarmamento, comigo é diferente, o povo de bem tem que estar armado, a exemplo do povo americano, para que exatamente, protótipo de ditadores não queiram fazer valer a sua vontade", disse o presidente.
Em meio a críticas ao presidente do TSE e ataques ao sistema eleitoral, o mandatário citou a seguinte passagem bíblica: "nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte espiritual, que é eterna". Em conversas anteriores com apoiadores no chamado "cercadinho", Bolsonaro já havia feito apelos velados para que sua base de apoio orgânica se opusesse nas ruas às instituições diante de eventual recusa à implementação do voto impresso. "Meu exército são vocês", disse em outra ocasião. "Jurei dar minha vida pela pátria, no caso de uma ameaça externa ou interna. E o Brasil está sendo agredido internamente", disse hoje a seus simpatizantes.
O presidente afirmou que não aceitaria intimidações, e que manteria seu direito de cidadão de liberdade de expressão. Segundo o presidente, o Brasil está mudando, com um elogio a sua própria gestão. "Hoje o Brasil mudou, tem presidente que respeita militares, família, é leal a seu povo" afirmou "não haverá retrocesso".