Esportes

Bolt relata desconforto na coxa e espera estar em forma até o próximo dia 22

A contusão de última hora na coxa direita que tirou o velocista Usain Bolt da final dos 100 metros na seletiva jamaicana de atletismo, nesta sexta-feira, em Kingston, não significa que ele está fora dos Jogos Olímpicos no Rio. O astro poderá apresentar um atestado médico e, caso seja aceito, estará no Brasil para a disputa.

Pelos critérios jamaicanos, os dois mais bem colocados na seletiva vão automaticamente para a Olimpíada. Já a terceira vaga é da federação jamaicana, que define o atleta. É nisso que se apoia Usain Bolt para estar na equipe nos Jogos Olímpicos. Mas o atleta terá de provar também que estará recuperado para competir no Rio.

“Eu senti um desconforto no tendão da coxa direita após as duas provas e fui examinado pelo médico da seletiva. Foi diagnosticada uma lesão de grau 1. Eu submeti minha ausência da final e desde já comecei o tratamento para me recuperar logo”, afirmou o atleta, que pretende estar em forma no próximo dia 22 para poder confirmar sua vaga aos Jogos do Rio.

O problema maior está nos 200 metros porque ele não competiu na seletiva ainda e não tem marca para estar na Olimpíada. As baterias serão disputadas neste sábado, às 11 horas (de Brasília). Quem avançar entra novamente na pista para a semifinal, às 21h55. Os classificados serão conhecidos na final, neste domingo, às 20h40.

Nesta sexta-feira, Usain Bolt havia se garantido na decisão dos 100 metros com a vitória em sua bateria e o quarto melhor tempo no geral (10s04). Na última quinta, ele liderou a última bateria das quartas de final da seletiva. O tempo de 10s15, contudo, deixou o recordista mundial um pouco insatisfeito. E ele foi atrás do resultado. Mas ao que parece, a lesão se agravou e por isso ele optou por não disputar a final.

Treinado pelo técnico Glen Mills, Usain Bolt é dono do recorde mundial dos 100 metros: 9s58. A marca histórica foi conquistada no Campeonato Mundial de Atletismo, em Berlim, em 2009, e desde então é perseguida por todos os velocistas. Nesta temporada, foram apenas quatro provas disputadas até agora. Em 11 de junho, em Kingston, Usain Bolt registrou 9s88 no cronômetro e ficou com a segunda melhor marca do ano, atrás do francês Jimmy Vicault (9s86).

Aos 29 anos, o astro já anunciou que a Rio-2016 será a sua última Olimpíada, caso seja confirmado. O objetivo é claro: defender suas conquistas e somar mais medalhas olímpicas no currículo. Ele agora terá de apresentar uma licença médica e, por possuir um dos três melhores tempos da temporada, terá a chance de buscar o tricampeonato no Rio e deve ser incluído na equipe de revezamento 4×100 metros. Resta saber se realmente ficará fora dos 200 metros, prova que é sua especialidade.

Na final sem Usain Bolt, Yohan Blake foi o mais rápido, marcando 9s95. A classificação significa novamente a chance de desafiar a supremacia do rival. Nos Jogos de Londres, em 2012, teve de se contentar com a medalha de prata nas duas provas. Mas não ficou abatido na ocasião, apoiou-se na juventude e nutriu a expectativa de brilhar nos Jogos do Rio. O trabalho do atleta, apelidado de “A Fera”, agora tem como objetivo destronar o compatriota e sagrar-se campeão olímpico.

Já Nickel Ashmeade foi a grande surpresa entre os atletas classificados para representar a Jamaica nos 100 metros. Ele desbancou Asafa Powell e terá a oportunidade de disputar sua primeira Olimpíada da carreira, com a segunda posição na seletiva. Para os classificados, Usain Bolt fez bem em se poupar. “Não há dúvida. Foi só uma precaução. Ele estará de volta porque ele está em forma”, afirmou Yohan Blake. Já Powell concorda com seu companheiro e espera a presença do compatriota no Rio.

FEMININO – Entre as mulheres nos 100 metros, a Jamaica será representada nos Jogos do Rio pela estreante Elaine Thompson, que liderou a seletiva, além da bicampeã olímpica Shelly-Ann Fraser-Pryce e Christania Williams. Já a veterana Veronica Campbell-Brown, que disputará a sua quinta Olimpíada, deve formar o time do revezamento.

Posso ajudar?