O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse na sexta-feira (1º) à noite em sua conta no Twitter que o governo do país enviará ajuda humanitária à Venezuela. “Após o pedido do presidente interino (da Venezuela) Juan Guaidó e consultas com seus oficiais, os EUA mobilizarão e transportarão ajuda humanitária como remédios, instrumentos cirúrgicos e suplementos alimentares para o povo da Venezuela. Chegou a hora de (Nicolas) Maduro sair do caminho”, publicou Bolton na rede social.
Horas antes, a diretora da delegação da Cruz Vermelha para EUA e Canadá, Alexandra Boivin, informou que o Comitê Internacional da organização (ICRC) conversou com o governo dos EUA sobre os riscos de levar ajuda humanitária à Venezuela sem o aval de forças de segurança do país leais ao presidente Nicolas Maduro.
“Esta é obviamente uma conversa muito difícil de se ter com os Estados Unidos”, disse Alexandra. “Estamos lá para deixar claro os riscos do caminho que está sendo tomado, os limites da nossa habilidade para operar em um ambiente como este”, acrescentou. O diretor de operações globais do ICRC, Dominik Stillhart, afirmou que o comitê só poderia participar dos esforços coordenados dos EUA para entregar ajuda à Venezuela se forem executados “com a concordância das autoridades (venezuelanas), sejam elas quem forem”.
Stillhart explicou que o ICRC costuma levar seu próprio suprimento médico e equipamentos para atendimento de emergência a seis hospitais de diferentes regiões da Venezuela. “Não somos uma agência de implementação (de ações) de qualquer doador, especialmente medidas que têm um viés político”, disse ele.
Guaidó tem afirmado que vai desafiar a recusa de Maduro de permitir a entrada de suprimentos, pedindo a nações vizinhas que ajudem a enviar remédios e alimentos. Ele se declarou presidente da Venezuela na semana passada e foi reconhecido por países como Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Canadá.
O autodeclarado presidente convocou a população que está a seu lado a retornar às ruas da Venezuela neste sábado, a fim de aumentar a pressão sobre Nicolas Maduro para que ele renuncie. Enquanto isso, Maduro convocou partidários de seu governo a também sair às ruas com bandeiras para comemorar o 20º aniversário da revolução bolivariana, criada pelo falecido Hugo Chávez.
Guaidó afirma que Maduro foi reeleito em eleições fraudadas, no ano passado. Maduro descreveu o ato de Guaidó como uma tentativa de golpe. O líder chavista tem o controle da maior parte do governo venezuelano, incluindo a companhia de petróleo estatal. Segundo Guaidó, a melhor saída para a crise na Venezuela é uma eleição transparente. Mas diz saber que Maduro só sairá se for pressionado por sanções econômicas, protestos de rua e pelos militares venezuelanos. “Nós temos que erodir os pilares que sustentam a ditadura”, disse. Fonte: Associated Press.