Estadão

Bom humor externo e Petrobras impulsionam Bolsa na abertura

O bom humor está de volta aos mercados e impulsiona o Ibovespa, com o índice caminhando para um segundo dia seguido de alta, assim como as bolsas americanas. Depois de uma semana pesada, principalmente por causa de renovadas preocupações inflacionárias no mundo, especialmente nos EUA, onde os índices saltaram em abril, a sexta-feira é de respiro.

Na máxima intradia, o Ibovespa marcou 122.194,55 pontos, depois de ter fechado com valorização de 0,83%, aos 120.705,91 pontos, ontem.

Contudo, perdeu um pouco a força após a divulgação da produção industrial de abril dos EUA. O dado mostrou elevação menor do que a esperada, assim como o varejo ficou aquém do previsto, informado mais cedo.

Ainda assim os indicadores reforçam que a retomada prossegue, mas de forma irregular, corroborando ainda a visão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de que a pressão inflacionária recente é transitória e, que portanto, não é hora de mexer nos juros. Neste cenário, o dólar recua ante o real, influenciando os juros futuros.

"A inflação foi a narrativa da semana e o dado de varejo principalmente reforça a tese de que a economia está retomando de forma desigual, com alguns segmentos com desempenho muito bom e outros, nem tanto", avalia Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos.

Giuberti cita como exemplo o dado varejo que exclui automóveis. Neste caso, houve queda de 0,8% na comparação mensal de abril, ante projeção de acréscimo de 0,6%. O índice cheio, por sua vez, ficou estável (previsão de alta de 0,8%). Já a produção industrial subiu 0,7% em abril ante março, na comparação com previsão de expansão de 0,8%.

Para a presidente da distrital de Cleveland do Fed, Loretta Mester, a política monetária dos EUA está em "um bom lugar". A dirigente assegurou que a instituição fará alterações apenas quando houver avanços concretos nos indicadores.

No entanto, o ambiente positivo no exterior pode ser insuficiente para apagar a queda semanal do Ibovespa, depois de ter fechado com valorização de 2,64% na primeira semana de maio. Às 10h50, o recuo do período era de 0,29%.

A despeito do lucro menor que o esperado pelo mercado, as ações da Petrobras sobem forte na B3, com elevação de quase 3%. Há instantes, o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, disse que a companhia apresentou sólido resultado no primeiro trimestre.

Afirmou ainda que a estatal "continuará na sua trajetória de geração de valor, com uma gestão pautada na transparência, no diálogo e na racionalidade." Hoje, o Itaú BBA elevou a recomendação de Petrobras para compra, citando diesel e nova administração também ajuda as ações a alta superior a 2% do petróleo no exterior.

Também gera algum otimismo a promessa do presidente da Câmara, Arthur Lira, de detalhar o plano de trabalho da reforma tributária na semana que vem. No entanto, a ideia de fatiamento da proposta da reforma ainda gera debates e incertezas.

"No Brasil, os sinais externos da abertura sugerem um dia de ganhos comedidos aos ativos locais, ainda que questões internas sigam monitoradas", afirma em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Além disso, a queda de 12,11% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao, hoje, para US$ 208,79 a tonelada, contamina as ações do setor na Bolsa, limitando os ganhos. Como forma de conter os preços da commodity, há relatos de que a China estaria interferindo no mercado para conter a valorização. Vale ON caía 1,03% e Usiminas PNA perdia 1,73%.

Por sua vez, a alta em torno de 1% do petróleo em Nova York e em Londres pode servir de amparo a uma eventual queda do índice brasileiro. Além disso, pode ser bem avaliado o comprometimento do novo presidente da Petrobras, Joaquim

Em meio a onda de revisões para cima nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, as ações do setor de consumo na B3 podem reagir em alta. Além disso, a disparada no lucro do Magazine Luiza pode impulsionar os papéis. A varejista apresentou lucro líquido de R$ 258,6 milhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 739,7% ante o mesmo período de 2020. O lucro líquido ficou 220% acima das projeções apuradas pelo <b>Prévias Broadcast</b>. Os papéis subiam 0,52%

Concomitante a essas revisões, o investidor deve ficar de olho nas ações da JBS. A unidade americana da companhia anunciou emissão de US$ 500 milhões em bonds com vencimento em 2031, disseram fontes ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

As ações avançavam 0,91%, enquanto o Ibovespa tinha alta de 1,10%, aos 122.028,66 pontos.

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