O pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, defendeu o uso dos bancos públicos federais como ferramenta para a redução dos juros pagos pela população. “Eles (os bancos públicos) têm condições de aplicar taxas menores e incentivar os outros”, disse Boulos, em entrevista ao vivo no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 7. O pré-candidato disse que o Brasil é “uma república de Bancos”.
Questionado sobre o fato de os governos petistas terem utilizado a Caixa e o Banco do Brasil para tentar reduzir os juros, Boulos disse que “faltou coragem a Lula e Dilma” para enfrentar “uma pressão enorme do mercado e dos banqueiros”.
Apesar da crítica às instituições financeiras, Boulos disse que seu objetivo não é governar sem os bancos, mas incentivar uma taxa de juros “decente”. Se eleito, no entanto, pretende lutar por mais impostos para instituições financeiras privadas e maior regulação para o Brasil. “Não dá para o Brasil ser Bahamas”, disse.
Questionado sobre os desafios de governar sem o apoio do mercado, Boulos foi taxativo: “Política, para mim, não é carreira. É desafio e ousar. Só faz sentido ser candidato à Presidência se for para vir aqui, falar o que eu acredito e defender o povo brasileiro”.
Sobre a questão da moradia, Boulos disse que seu governo apostaria na transformação de imóveis abandonados em casas populares. O tema ganhou destaque na mídia depois do incêndio que levou ao desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, há uma semana.
“A nossa proposta é que esses imóveis sejam requalificados para fazer moraria popular. Não só nas periferias, mas também nos centros”, disse Boulos, que é coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Já sobre a reforma tributária, Boulos defendeu a retirada do que chamou de “privilégios”. “Se você resolve alugar uma casa, você vai pagar 27% de imposto. Se você, ao invés disso, tem mais condições e monta uma imobiliária para alugar 30 casas de uma vez, você vai pagar 11%. Agora, se você monta um fundo imobiliário, você paga 1% de imposto. É injustiça tributária”, disse.