A Bovespa teve nesta segunda-feira, 27, mais uma sessão de alta, a despeito de um significativo sentimento de cautela entre os investidores. A bolsa chegou a cair 1,29% pela manhã, em meio a incertezas externas e internas, mas virou para o terreno positivo à tarde, conduzida pela recuperação das ações da Vale e da Petrobras. Ao final do dia, o Índice Bovespa marcou 64.308,38 pontos, em alta de 0,71%. O volume de negócios foi de R$ 6,5 bilhões, o menor de março até agora.
Uma parte da alta das ações da Vale foi atribuída à notícia, ainda não oficializada, de que Fabio Schvartsman, atual presidente da Klabin, será o novo presidente da mineradora, em substituição a Murilo Ferreira. Segundo operadores, a notícia foi bem recebida principalmente por representar uma indicação técnica, afastando o risco de ingerência política na empresa.
Em um dia em que o minério de ferro teve queda de 4,3% no mercado à vista chinês (62% de pureza), as ações da mineradora chegaram a cair mais de 3% hoje, alinhadas também às suas pares no exterior. Vale PNA foi a ação mais negociada do dia e fechou em alta de 2,49%. Vale ON avançou 1,34%. Já as units da Klabin caíram 3,72% e ficaram com a segunda posição entre as maiores baixas do Ibovespa.
Assim como os da Vale, os papéis da Petrobras também abandonaram o terreno negativo no meio da tarde, a despeito das quedas dos preços do petróleo no mercado internacional. Profissionais do mercado enxergaram movimentos técnicos de recomposição de carteiras, tanto em Petrobras como em Vale, o que explicaria outra parte da recuperação dos papéis. Ao final do pregão, Petrobras ON teve alta de 1,83% e Petrobras PN (segunda mais negociada do dia) avançou 2,15%.
As incertezas que pairam no cenário político norte-americano continuaram como importante pano de fundo dos negócios, mas tiveram maior efeito pela manhã. Pesa a derrota do presidente Donald Trump sexta-feira na Câmara, quando a liderança republicana optou por retirar o projeto que reformaria o sistema de saúde no país, a partir da extinção do Obamacare. Por aqui, houve forte expectativa em torno das medidas a serem anunciadas amanhã pela equipe econômica. Além do corte no Orçamento, são esperadas elevação de tributos e outras medidas para compensar o rombo de R$ 58,2 bilhões em 2017.