O mercado acionário brasileiro alternou pequenas altas e baixas nesta quinta-feira, 2, equilibrando-se entre fatores favoráveis e desfavoráveis. O Índice Bovespa acabou por fechar em baixa de 0,40%, aos 64.578,21 pontos. Com o noticiário internacional menos intenso, as atenções dos investidores se concentram em questões domésticas de relevância, como a eleição para a presidência da Câmara, a relatoria da Lava Jato no STF e a agenda de balanços corporativos. O volume de negócios somou R$ 7,14 bilhões.
A baixa foi garantida por ações de maior peso na composição do Ibovespa. O resultado financeiro trimestral abaixo do esperado pelo mercado derrubou as ações do Bradesco, que juntas respondem por 9,7% da carteira teórica. O segundo maior banco privado do País teve lucro contábil de R$ 3,592 bilhões, com queda de 17,5% em relação ao quarto trimestre de 2015. A média das projeções do mercado indicava um resultado positivo de R$ 4,599 bilhões. Em queda desde a abertura, os papéis do Bradesco fecharam com baixas de 2,50% (ON) e de 3,73% (PN).
As ações ligadas a commodities também tiveram perdas. Vale ON e PNA caíram 0,70% e 2,29%, respectivamente. Ainda sem a referência dos preços do minério, devido ao feriado de ano-novo na China, os papéis da mineradora brasileira acompanharam as perdas de suas pares no exterior. Já Petrobras ON (-1,36%) e Petrobras PN (-0,87%) tiveram suas quedas relacionadas ao impedimento judicial da venda de ativos da companhia.
Apesar da leve baixa no fechamento, os analistas viram mais pontos positivos do que negativos para a bolsa no noticiário do dia. Depois da eleição de Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o Senado, ontem, o quadro favorável para o governo Michel Temer no Congresso ficou completo com a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) como presidente da Câmara. A escolha de Luiz Edson Fachin como relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo três analistas consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, foi neutra para os negócios.
“A eleição de Rodrigo Maia é uma sinalização de continuidade das reformas na Câmara, que estão na agenda do investidor, e que devem apontar para redução do déficit e retomada da economia. O forte fluxo de estrangeiros em janeiro mostra uma confiança nesse sentido”, afirma Shin Lae, analista da Upside Investor. Lae lembra ainda que a manutenção dos juros nos Estados Unidos, na véspera, é outro fator positivo, por manter os fluxos de recursos para os mercados emergentes.