Depois de operar em terreno negativo durante todo o dia, a Bovespa ganhou fôlego no final dos negócios e fechou nesta terça-feira, 10, praticamente estável, em alta de 0,03%, aos 46.206,56 pontos e R$ 4,680 bilhões. A recuperação das ações foi alimentada pela leve melhora das bolsas americanas e pelo fortalecimento dos rumores de saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que seria substituído por nome indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a cair 1,73%. A inversão da tendência no final do dia pôde ser vista mais claramente pelas ações dos bancos, que eram destaque de queda à tarde e passaram a subir no final dos negócios. Itaú Unibanco PN fechou em alta de 2,03% e Banco do Brasil ON, de 0,88%.
Pela manhã, os investidores se retraíram por cautela com indicadores negativos na China e incertezas com a economia brasileira. Na China, a inflação no varejo ficou abaixo do esperado, o que trouxe preocupação e especulação sobre a possibilidade de adoção de novas medidas de estímulo. Nos EUA, a agenda de indicadores foi mais fraca, mas as bolsas seguiram com pequenas baixas na maior parte do tempo, ainda refletindo em boa parte a expectativa de que o Federal Reserve inicie o aperto monetário ainda em 2015.
No cenário político, causou desconforto a derrota sofrida por Joaquim Levy, com a redução do corte de R$ 30,5 bilhões para o limite das operações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Com a reabertura de financiamentos ao setor automotivo, o valor foi reduzido para R$ 27,5 bilhões, contra a vontade do ministro.
No âmbito do Congresso, os temores dos investidores estiveram relacionados às votações esperadas para esta semana. O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a oposição usará todos os mecanismos para tentar obstruir a votação do projeto de lei da repatriação, marcada para amanhã, e da Medida Provisória 688, sobre riscos hidrológicos, prevista para ir ao plenário hoje.