Boxeadora norueguesa pode quebrar recorde de 70 anos do lendário Joe Louis

Nascida em Cartagena, Colômbia, a pugilista Cecilia Braekhus mora na Noruega desde os primeiros meses de vida. Aos 38 anos, a campeã mundial unificada dos pesos meio-médios pode quebrar, neste sábado, em Tulsa, nos Estados Unidos, o recorde mundial de 25 defesas de cinturão obtido pelo lendário Joe Louis na década de 40. Ela vai enfrentar a norte-americana Jessica McCaskill, campeã dos pesos meio-médios-ligeiros, e o evento, sem público, terá transmissão pelo DAZN.

Campeã desde 2009, Cecilia é dona dos quatro principais títulos internacionais do boxe, ao reunir os cinturões do Conselho Mundial (CMB), Associação Mundial (AMB), Federação Internacional (FIB) e Organização Mundial (OMB). Ela nunca perdeu em 13 anos de profissionalismo. São 36 vitórias, com nove nocautes. McCaskill, de 35 anos, tem uma cartel de oito vitórias (três nocautes) e duas derrotas.

Em entrevista exclusiva ao <b>Estadão</b>, Cecilia Braekhus afirmou que a nova marca de defesas de títulos vai elevar o nível e o interesse pelo boxe feminino. Confira os melhores momentos.

<b>Como foi "enfrentar" a pandemia do coronavírus para se manter em forma?</b>
Eu tenho uma equipe muito boa, que me ajuda em todos os aspectos. Consegui me manter em atividade e com boa alimentação. Meu técnico (Abel Sánchez) é muito experiente, então foi um período difícil, mas que conseguimos superar.

<b>Qual sua opinião sobre o momento atual do boxe feminino?</b>
Está cada vez melhor, com muitas lutadoras de alto nível. Com isso, ganhamos espaço em eventos grandes e é nossa responsabilidade proporcionar as melhores lutas.

<b>Como você se sente com a possibilidade de conseguir quebrar um recorde de mais de 70 anos do lendário Joe Louis?</b>
Lógico que fico feliz, mas acho que são conquistas como essa que poderão colocar o boxe feminino em destaque. Se eu conseguir a vitória, não vai ser apenas uma conquista minha. Será de todas as lutadoras.

<b>Você nasceu na Colômbia, mora na Noruega e já lutou na Rússia, Dinamarca, Mônaco, Alemanha, Finlândia, Estados Unidos… quando virá lutar na América do Sul?</b>
Já fui duas vezes ao Brasil a passeio. A Colômbia está muito longe do mundo que vivo atualmente. Não sei falar espanhol. Espero um dia poder conhecer todos esses lugares.

<b>Você vai completar 39 anos no mês que vem. Quantos anos você ainda pretende ter de carreira?</b>
Não penso em anos. Penso em lutas. Quero enfrentar as melhores e fazer grandes espetáculos. Tenho uma carreira sólida e quero enfrentar ainda grandes desafios.

<b>Qual a sua previsão para o duelo com Jessia McCaskill?</b>
Não sou de fazer previsões. Como sempre, estou muito bem preparada e pronta para fazer uma grande luta. Sei que vai ser difícil, pois a minha adversária tem fome de conquistas e sabe o que fazer no ringue. Ao mesmo tempo, sei que sou melhor. Estou confiante em mais uma vitória.

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