A BR Distribuidora terá um novo presidente, escolhido entre nomes da iniciativa privada, até abril, quando os acionistas vão se reunir em assembleia. Segundo o presidente do conselho de administração da BR, Segen Estefen, apesar da crise enfrentada pela Petrobrás, não há dificuldade em pagar ao executivo salário compatível com os do mercado. Para isso, a empresa mantém negociação com o governo federal.
“Temos até excesso de nomes. O problema é definir rápido. Isso é um processo. São uns cinco nomes. Não há essa crise, ao contrário. São nomes expressivos, de fora da empresa. Buscamos oferecer um salário compatível com o do mercado. Para isso, estamos discutindo com o governo. O País está em crise”, contestou Estefen.
Lava Jato
A BR Distribuidora está sendo presidida interinamente desde setembro do ano passado, quando José Lima Neto, que esteve à frente da empresa por seis anos, renunciou ao cargo alegando problemas de saúde.
A sua permanência ficou insustentável depois que vieram à tona, na Operação Lava Jato, denúncias contra o ex-ministro Edison Lobão, responsável pela sua indicação.
No mesmo período das denúncias, a administração da BR passou a ser alvo de crítica dentro da Petrobrás. Murilo Ferreira, ex-presidente do conselho de administração da petroleira, condicionou o projeto de abertura do capital da empresa, que estava em estudo na época, à profissionalização da gestão da distribuidora. Foi então planejado chamar para a presidência um executivo com experiência em varejo. A meta permaneceu, mesmo após a saída de Ferreira do conselho da Petrobrás.
A contratação de um profissional da iniciativa privada está em linha com a estratégia definida para todo o grupo. Ao apresentar o plano de reestruturação da Petrobrás, na quinta-feira, o presidente da companhia, Aldemir Bendine, destacou que “não convive com indicações políticas”.
Hoje, a BR é presidida interinamente pelo diretor de Operações e Logística, Ivan de Sá Pereira Júnior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.