O Bradesco quer ganhar espaço no mercado de crédito no Brasil em 2015 e já prevê que a carteira de empréstimos para pessoas físicas vai ter crescimento maior do que em 2014. A aposta é de que a desaceleração nos financiamentos dos bancos públicos abra espaço para instituições privadas voltarem a aumentar presença no mercado.
A carteira de crédito de pessoa física do Bradesco pode crescer algo entre 9% a 13% no ano que vem, acima do previsto para este ano, de 8% a 12%, disse o diretor executivo do banco, Luiz Carlos Angelotti. “Os bancos públicos estão desacelerando um pouco as taxas de crescimento. Há espaço para que o setor privado recupere participação.” O Banco do Brasil, por exemplo, vem praticando taxas mais normais, disse.
No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, os bancos públicos foram usados para tentar reaquecer a economia, estimulando o mercado de crédito, sobretudo por meio de taxas de juros mais baixas.
O Bradesco, por exemplo, tinha participação de 12% no sistema total de crédito brasileiro, excluindo debêntures, há quase três anos; agora, tem 10,4%. Entre as linhas de crédito para pessoas físicas, Angelotti avalia que o crédito imobiliário e o consignado tendem a manter o ritmo de crescimento de dois dígitos. O consignado vem crescendo de 20% a 25% e o imobiliário, entre 30% e 35%. A mudança recente na regra que reduz a burocracia na recuperação de carros deve ajudar a carteira do setor de veículos, reduzindo as taxas para futuros empréstimos, avalia o executivo.
Empresas
Na pessoa jurídica, a aposta do Bradesco é de expansão de 6% a 10% na carteira. Em infraestrutura, o banco estima que há ainda R$ 34 bilhões a serem financiados, considerando as obras que já foram licitadas pelo governo e precisariam de crédito. “A infraestrutura pode ser uma das molas propulsoras do crescimento em 2015 e mesmo em 2016”, disse o vice presidente executivo do banco, Sérgio Clemente.
O executivo avalia que o interesse pelo Brasil reflete expectativas mais realistas. O Bradesco BBI fez na terça-feira, 18, em Nova York um fórum com presidentes de 87 empresas brasileiras, que falaram com cerca de 300 investidores e analistas estrangeiros. Todo o comando do banco participou, incluindo o presidente, Luiz Carlos Trabuco Cappi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.