Na tentativa de afastar a polêmica em torno do lançamento do Plano Pró-Brasil, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, disse que o presidente Jair Bolsonaro é quem decidirá sobre as prioridades do plano. Mas ponderou que quem diz o que "é possível ou não fazer" com os recursos disponíveis é o Ministério da Economia.
Segundo ele, houve uma interpretação equivocada sobre o plano após o seu lançamento, na semana passada. Ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, Braga negou qualquer briga com o colega.
"Em nenhum momento se pensou em sair do programado, sair do trilho, com diz meu amigo Paulo Guedes, programado pela Economia. Quem dá esse caminho, exatamente a palavra final, se é possível ou não, é a Economia. E quem decide é o presidente da República. Quem vai priorizar ao final é o presidente", disse Braga.
Braga Netto disse que é o seu papel, de centro de governo, coordenar os trabalhos. Ele contou que com a pandemia da Covid-19, depois de um terceiro ministro apresentar propostas, decidiu trabalhar no programa.
O ministro da Casa Civil reforçou a ideia de que não havia valores de gastos. "Em nenhum momento, falei de valores, porque não existe", disse. Ele justificou que resolver coordenar os trabalhos para evitar que os ministérios separadamente fossem até a Economia para "brigar pelo seu pedaço".
"Nunca briguei com o Paulo Guedes. Não brigamos. Não tem nenhuma desavença. Estamos sempre conversando e conversando", afirmou.
<b>Voluntarismo</b>
O ministro da Economia também disse que tem um excelente relacionamento com Braga Netto. "Foi um mal entendido. Tenho certeza disso", afirmou.
Guedes fez questão de ressaltar que a Junta Execução Orçamentária (JEO) é que vai definir os valores do plano. Ele admitiu, no entanto, que houve um "certo voluntarismo", sem nominar pessoas. "Em nenhum momento, me senti aborrecido com Braga Netto, não houve estresse com a Casa Civil", disse Guedes.