Estadão

Brandão: Preço de bens importados tem apresentado redução cada vez maior

O diretor de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Alves Brandão, destacou que o preço de bens importados tem apresentado uma "redução cada vez maior", em um movimento que ainda continua a ser registrado. Enquanto isso, na exportação, o preço se acomodou no último mês. Pelos dados divulgados nesta segunda-feira, 2, pelo Mdic, os preços nas exportações em setembro registraram queda de 7,4%, contra aumento de 7,2% no volume. Já o preço dos bens importados no mês passado caiu 14,5%, com redução também no volume, de 8,7%.

No acumulado do ano, o preço nas exportações caiu 8,1%, com aumento de 9,1% do volume. Mas, nas compras, o recuo nos preços foi de 9%, acompanhado de uma queda também nos volumes importados, de 2,5%. Com isso, de janeiro a setembro, o valor de exportações subiu 0,4%, e o de importações registrou queda de 11,3%. O saldo acumulado já é de US$ 71,3 bilhões – recorde que já ultrapassa o valor fechado para o ano em 2022 (de US$ 61,5 bilhões).

"É primeira vez que ultrapassamos US$ 70 bilhões em saldo comercial", apontou Brandão em coletiva de imprensa. O Mdic atualizou nesta segunda a projeção de saldo para o ano, que subiu de US$ 84,7 bilhões para US$ 93 bilhões. No caso das exportações, o valor deverá ficar praticamente no mesmo patamar de 2022 – uma alta de 0,02% (US$ 334,2 bilhões). Mas, nas importações, segundo a nova projeção, deverá haver um recuo de 11,5%, uma vez que o valor de compras em 2022 fechou em US$ 272,6 bilhões, contra US$ 241,1 bilhões da previsão para esse ano. "Desde a 1ª revisão (do dado para 2023) já observávamos que seria um saldo robusto, recorde. Volumes crescentes (na exportação) fizeram com que resultado ficasse acima do esperado", disse Brandão.

Ele observou ainda que, diferente da dinâmica de outras categorias nas importações, há aumento de compras bens de capital e de bens de consumo no acumulado do ano. No caso do primeiro, o avanço foi de 9,9%, com alta nos preços de 5,9% e no volume, de 5%. Em bens de consumo, o crescimento foi de 17,2% – composto por aumento nos preços de 10,6% e de 6% no volume.

<b>Série histórica</b>

O saldo da balança comercial brasileira no mês passado, que fechou em US$ 8,9 bilhões, é recorde para meses de setembro. No mesmo período de 2022, o superávit no mês havia sido de US$ 3,7 bilhões. O valor de exportações ficou similar, com ligeira queda, de US$ 28,6 bilhões no ano passado para US$ 28,4 bilhões em setembro deste ano. Mas, nas importações, houve recuo maior, de US$ 24,9 bilhões para US$ 19,5 bilhões.

No mês, uma das maiores quedas em valor de importação foi registrada em óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, com retração de 44,1% – uma queda de 33,6% no volume e de 15,7% nos preços.

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