O Brasil votou na sexta-feira, 22, contra uma resolução que pede o fim da ocupação israelense das Colinas do Golan, em reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. O veto foi uma demonstração de apoio à posição de Donald Trump, que defendeu a soberania de Israel sobre o território anexado da Síria na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
O posicionamento adotado pela embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo em relação às questões envolvendo israelenses e palestinos foi tomado a dias de o presidente Jair Bolsonaro desembarcar em Tel-Aviv para uma visita ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.
A resolução também pedia o congelamento de 1,6 mil novos assentamentos no Golan, a libertação de sírios presos em complexos israelenses e expressava “grave preocupação com as arbitrariedades” em detenções e violações de direitos humanos. Apesar do voto brasileiro – acompanhado por outras 15 nações, como Hungria, Ucrânia, Austrália e Espanha -, o texto proposto pelo Paquistão foi aprovado com 26 votos favoráveis e 5 abstenções.
Na véspera, Trump defendeu que os EUA reconheçam as Colinas do Golan como parte de Israel, mudando décadas de política externa americana. Netanyahu elogiou o anúncio de Trump, que ocorreu durante visita do secretário de Estado, Mike Pompeo, ao país e às vésperas das eleições gerais de Israel.
Em discurso para justificar seu voto, Maria Nazareth afirmou que o País continua “comprometido com a proteção e promoção dos direitos humanos. “O Brasil considera que o presente texto é desbalanceado e enviesado, já que diz respeito a apenas uma parte das preocupações com direitos humanos do povo sírio.”
A diplomata afirmou ainda que o texto chama a atenção para as ações de Israel, mas não fala sobre violações de direitos humanos que teriam sido cometidas pelo governo sírio. “Desta forma, o Brasil não pode apoiar a atual iniciativa e vota contra a resolução.”
As Colinas do Golan pertence à Síria e foram anexadas pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, Israel aumentou a instalação de colonos no território, o que gera protestos da Síria, de palestinos e de países árabes em fóruns internacionais. (Com agências)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.