Passados 39 dias desde a confirmação do primeiro caso da covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde informou neste domingo, 5, que o País chegou a 11.130 casos de pessoas contaminadas e 486 mortes pelo coronavírus. A taxa de mortalidade está em 4,4%, ou seja, entre cada 100 pessoas contaminadas, quatro morrem.
Em apenas 24 horas, foram registrados 852 novos casos em todo o País e 54 mortes. Apenas os Estados do Acre e Tocantins seguem sem registros de óbitos até o momento.
O Ministério da Saúde tem evitado fazer projeções públicas sobre quantas pessoas já devem estar contaminadas pela covid-19, tampouco divulga cenários sobre o número de pessoas que poderão ser contaminadas ou morrerem pela doença. É sabido, porém, que as pesquisas apontam um grau de subnotificações de oito, nove vezes para cada caso oficialmente divulgado.
Nesta semana, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse que o governo federal tinha a expectativa de que os números não ultrapassassem a marca de 100 mil contaminações do País e que o governo "fará de tudo para que isso não ocorra".
Em São Paulo, porém, Estado que centraliza cerca de 40% dos casos de todo o Brasil, o cenário traçado é extremamente crítico. Como revela reportagem do jornal <b>O Estado de S. Paulo</b> publicada neste domingo, o governo de São Paulo projeta 220 mil casos do novo coronavírus nos próximos meses. Para tentar enfrentar a pandemia, o governo estadual prepara um pedido de empréstimo de US$ 100 milhões (mais de R$ 500 milhões) ao Banco Mundial, conforme documentos obtidos pela reportagem.
O eixo principal do projeto é a instalação e custeio de pelo menos 500 novos leitos de UTI. A ideia é usar o recurso também para compra de testes de diagnóstico, além de desenvolvimento de tecnologia de telemedicina e de aplicativos para dispositivos móveis.
Neste sábado (4), boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostrou que os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e o Distrito Federal caminham rapidamente para uma situação alarmante de novos casos de coronavírus, um cenário que o próprio ministério admite não ser capaz de prever.
Gabbardo disse que esses Estados vivem uma transição de fase em relação às contaminações, saindo de uma situação de "epidemia localizada" para uma fase de "aceleração descontrolada". Questionado sobre o que isso significa, na prática, Gabbardo disse: "Teremos essas situações nesses locais, em que não conseguimos prever a dimensão das contaminações. É isso o que essa fase significa", comentou.