O Brasil decidiu reduzir drasticamente sua participação no Banco de Investimento em Infraestrutura Asiático (AIIB, na sigla em inglês), encabeçado pela China e do qual o Brasil é membro fundador. De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, o País deverá ficar com 50 ações do AIIB, ante o montante de 32 mil ações inicialmente acordado, que somava mais de US$ 3 bilhões.
A decisão brasileira foi baseada no cenário para a economia doméstica, que sofre com forte recessão e passa por um período de ajuste fiscal. Uma autoridade brasileira declarou que a nova fatia no banco chinês é uma opção bem mais acessível para o Brasil no momento.
Uma porta-voz do AIIB confirmou a decisão brasileira e reforçou que, apesar desse movimento do País, a demanda para se juntar ao banco segue alta. Amanhã, o AIIB anunciará um novo grupo de membros, depois de ter aprovado 13 candidatos – entre eles, Canadá e Peru – em março, elevando para 70 o total de nações participantes.
Além do Brasil, outros membros fundadores da instituição precisam formalmente ratificar e pagar por sua participação no AIIB, como África do Sul, Kuwait, Malásia e Espanha.
Inaugurado em janeiro de 2016, o AIIB foi lançado como uma versão melhorada e mais eficiente do Banco Mundial. Desde o seu estabelecimento, a instituição aprovou mais de US$ 2 bilhões em empréstimos.
Embora o AIIB esteja suficientemente capitalizado, o retrocesso brasileiro expõe as dificuldades que a instituição e a China enfrentarão para trabalhar em colaboração com outros governos e dar continuidade à missão de financiar projetos de infraestrutura na Ásia e, principalmente, aumentar a influência chinesa no processo de desenvolvimento econômico global.
Estimular o comércio internacional e os investimentos estrangeiros é essencial para a China, que passa por um período de desaceleração de sua atividade econômica, forçando a abertura do país a novos mercados. Fonte: Dow Jones Newswires.