Neymar, mais uma vez, não esteve bem e o Brasil esteve longe de ser brilhante. Mas, com grande atuação de Douglas Costa e bom jogo coletivo, a seleção soube se impor diante da frágil equipe do Peru, nesta terça-feira, em Salvador. Com a vitória por 3 a 0 na Arena Fonte Nova, a equipe chegou aos sete pontos e fecha o ano na terceira colocação das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia. O time agora só volta a se reunir em março, quando enfrentará Uruguai e Paraguai.
A seleção entrou em campo pressionada depois da fraca atuação que teve no empate por 1 a 1 com a Argentina na semana passada. O técnico Dunga, então, resolveu fazer três alterações em relação ao time que começou jogando em Buenos Aires: Gil entrou no lugar de David Luiz (suspenso), Renato Augusto substituiu Lucas Lima e Douglas Costa ficou com a vaga de Ricardo Oliveira. O treinador não mudou apenas peças. Ele trocou o sistema tático da equipe.
O Brasil jogou no 4-1-4-1. O “1” da defesa era Luiz Gustavo e o “1” do ataque era Neymar. O esquema é o mesmo que o técnico Tite utilizou para levar o Corinthians à liderança do Campeonato Brasileiro. Dunga também apostou no entrosamento de três jogadores do time corintiano: Gil, Elias e Renato Augusto.
As mudanças deixaram o time mais solto. Elias, por exemplo, que na seleção costuma não ter o mesmo rendimento do Corinthians porque mal consegue mal passar do meio de campo, nesta terça-feira apareceu com frequência no ataque.
Willian aberto pela direita e Douglas Costa na esquerda deram mais profundidade ao jogo da seleção. E foi justamente em um jogada da dupla que o Brasil abriu o placar. Aos 21 minutos, Willian fez boa jogada e cruzou para o meio da área, onde estava Douglas Costa para completar para o fundo da rede. Por muito pouco o jogador do Bayern de Munique não fez o segundo aos 38. Mesmo sem ângulo, ele cobrou falta com efeito pela direita e carimbou a trave.
Jogando centralizado, como um “falso 9”, Neymar tinha liberdade e circulava por todos os setores do ataque. O problema é que, sempre acompanhado de perto por um ou dois marcadores, o craque tinha dificuldade para criar lances de perigo. Somente aos 44 minutos é que o atacante fez a sua primeira jogada de efeito, quando dominou no peito e deu uma bicicleta por cima do gol. Neymar, no entanto, estava impedido e a arbitragem anulou a jogada.
No segundo tempo, o panorama do jogo permaneceu inalterado. O Peru era praticamente inofensivo. Isolado, Guerrero era vigiado por Gil e Miranda. Quando a bola chegava a ele, rapidamente era desarmado.
No Brasil, Dunga inverteu as posições de Douglas Costa e Willian. O time continuou dono do jogo e não demorou para ampliar a vantagem. Aos 12 minutos, Douglas Costa disparou pela direita e tocou para Renato Augusto, que vinha de trás, bater de primeira no canto.
A seleção puxou o freio de mão e, mesmo assim ainda fez o terceiro gol. Aos 32 minutos, Douglas Costas soltou a bomba pela esquerda. O goleiro espalmou e, no rebote, Filipe Luís fechou o placar.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 3 x 0 PERU
BRASIL – Alisson; Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luís; Luiz Gustavo (Fernandinho), Elias, Willian (Oscar) e Renato Augusto; Douglas Costa (Lucas Lima) e Neymar. Técnico: Dunga.
PERU – Penny; Advíncula, Zambrano, Ascues e Yotún; Tapia (Ballón), Cueca, Lobatón (Gonzáles) e Farfán; Guerrero e Hurtado (Reyna). Técnico: Ricardo Gareca.
GOLS – Douglas Costa, aos 21 minutos do primeiro tempo; Renato Augusto, aos 12, e Filipe Luís, aos 31 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Neymar (Brasil); Ascues e Advíncula (Peru).
ÁRBITRO – José Buitrago (Fifa/Colômbia).
RENDA – R$ 4.186.790,00.
PÚBLICO – 45.558 pagantes.
LOCAL – Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).