O Brasil faz neste domingo o seu último amistoso antes da Copa América com um grupo quase definido e a espinha dorsal do time montada. Mas a seleção deve enfrentar o Chile, às 11 horas (de Brasília), no Emirates Stadium, em Londres, com um time misto. Ainda assim, será uma oportunidade de medir forças contra os futuros anfitriões do torneio, no primeiro choque contra a equipe do argentino Jorge Sampaoli desde o 1 a 1 na Copa do Mundo que levou a disputa para os pênaltis e quase custou à seleção brasileira a vaga nas quartas de final.
Depois da vitória de 3 a 1 sobre a França, em pleno Stade de France, com direito a atuação convincente, o time deve mudar. Dunga já disse que não mandará a campo boa parte dos titulares que jogaram contra os franceses. Até aqui, nos sete jogos, com sete vitórias, do técnico em sua segunda passagem pela seleção, seis jogadores atuaram em todas as partidas: Neymar, Oscar, Willian, Luiz Gustavo, Filipe Luís e Miranda. A tendência é de que nem todos apareçam no gramado inglês. “Vou ter de mudar bastante”, antecipou Dunga, falando em poupar atletas que estão em fim de temporada em seus clubes.
Por outro lado, ganha chance quem quer mostrar serviço e provar que ainda pode servir à seleção. Deve ser o caso de Marcelo, lateral-esquerdo que jogou a Copa do Mundo, mas que com a saída de Luiz Felipe Scolari não só perdeu a vaga de titular como caiu em um certo ostracismo. Titular absoluto da posição, Filipe Luís foi a campo em todos os amistosos e conta com a franca preferência do treinador.
Nem por isso Marcelo esmorece. De energias renovadas no Real Madrid, o lateral se mostrou motivado em Paris. “Estou feliz como se fosse a minha primeira convocação”, afirmou.
Dunga, que gosta de manifestações de apreço dos jogadores em relação à seleção, elogiou a postura e também o desempenho recente de Marcelo. “No Real Madrid, o Marcelo não jogava de início, agora melhorou muito em termos de posicionamento e coletividade. Está em um bom momento”, destacou. “A gente está olhando”.
Com um time misto, aumentam as chances de a seleção ter pouco a ver com a que jogou contra o Chile em 28 de junho de 2014, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. À época ainda faziam parte do grupo jogadores como Julio César, Daniel Alves, Fred e Jô, que não foram mais convocados por Dunga, e também estiveram entre os titulares David Luiz e Hulk, que não estão em Londres desta vez.
De toda forma, o técnico já deixou claro que pretende usar o amistoso para mandar a campo atletas que vêm sendo convocados, mas nem sempre jogam, até para fazer as suas últimas avaliações antes da chamada definitiva de maio para a Copa América.
Do lado chileno, o intuito é o inverso ao do Brasil. Depois de observar o máximo de jogadores que pôde na última quinta-feira, na derrota para o Irã, o objetivo agora é enfrentar o Brasil de igual para igual. O problema é que o time não vêm bem e a pressão sobre Jorge Sampaoli já começa a crescer. “Vamos jogar com o que temos de melhor. Eles continuam sendo o maior potência do mundo e Dunga está faz 10 jogos (na realidade são sete) sem perder”, enalteceu, tirando o peso das costas de seu grupo. “Sem essa de revanche porque a Copa já terminou”.