O governo brasileiro remeteu nesta sexta-feira, 14, aos demais sócios do Mercosul – Argentina, Paraguai e Uruguai – uma contraproposta ao acordo comercial negociado pelo bloco com a União Europeia. O conteúdo havia sido finalizado após intensas discussões e divergências de visões entre ministérios, como antecipou o <b>Estadão</b>, e o Itamaraty aguardava a autorização da Presidência da República para enviar a minuta aos demais países do Mercosul.
A íntegra do documento não foi divulgada, mas a proposta consiste num novo texto, para reagir às exigências ambientais apresentadas em março pela UE, além de incluir pedidos de mudança no capítulo de compras governamentais. O presidente Lula quer resguardar o acesso a licitações federais. A expectativa do Itamaraty é de que a União Europeia receba a contraproposta em algumas semanas.
O documento é dividido em duas partes. A primeira repete a ideia de que Mercosul e UE adotem uma declaração conjunta que reconheça a importância da questão ambiental, mas, nas palavras de um negociador a par do assunto, trate o tema "de forma construtiva, não punitiva".
No segundo trecho, o governo Lula propôs a revisão da oferta brasileira de compras governamentais. O governo brasileiro argumenta que, desde o pré-acordo em nível técnico, celebrado no governo de Jair Bolsonaro, o cenário mundial se alterou e houve necessidade de se refletir agora não apenas sobre o agravamento da situação climática, como pretendiam os europeus, quando apresentaram a proposta de um documento adicional, em 2020.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>