Bombeiros, médicos e cães farejadores do Brasil viajaram nesta quinta-feira, 9, para a Turquia para ajudar na busca e resgate das vítimas do terremoto ocorrido na segunda-feira, 6, que vitimou, até agora, mais de 16 mil pessoas na Turquia e na Síria.
O Ministério das Relações Exteriores vai enviar ajuda humanitária à Turquia para prestar assistência nas buscas por sobreviventes nas regiões atingidas. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) saiu do aeroporto de Guarulhos, na Grande SP, e tem como destino a cidade de Adana, no sul da Turquia, perto do epicentro do terremoto.
Segundo o Itamaraty, a equipe é formada por 42 pessoas especializadas em busca e resgate urbano e salvamento. A equipe conta com 34 bombeiros de São Paulo, de Minas Gerais, do Espírito Santo e do Distrito Federal, além de médicos e agentes da defesa civil.
A missão humanitária inclui também cinco cães farejadores para colaborar na localização das vítimas do terremoto e seis toneladas de equipamentos para ajudar nas buscas.
O Ministério da Saúde doou três conjuntos de "kits calamidade" que contêm, cada um, 250 kg de medicamentos e itens emergenciais – com capacidade para atender até 1,5 mil pessoas pelo período de um mês.
A intenção de enviar ajuda humanitária estava prevista desde a segunda-feira, dia do terremoto. Segundo a pasta, não há notícias de brasileiros mortos ou feridos até o momento. "As embaixadas do Brasil em Ancara e Damasco, bem como o consulado-geral do Brasil em Istambul, estão acompanhando os desenvolvimentos na região, em regime de plantão", acrescentou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com as vítimas. "Olhamos com preocupação para as notícias vindas da Turquia e Síria, após terremoto de grande magnitude. O Brasil manifesta sua solidariedade com os povos dos dois países, com as famílias das vítimas e todos que perderam suas casas nessa tragédia", escreveu o presidente no Twitter.
A missão humanitária é coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores em articulação com os Ministérios da Defesa, Saúde, Desenvolvimento Regional e Justiça e Segurança Pública e com os demais órgãos federais que trabalham no Grupo de Trabalho Interministerial sobre Cooperação Humanitária Internacional.
<b>Letalidade</b>
O terremoto alcançou a marca de mais letal da década após o número de mortos ultrapassar os 15 mil nesta quarta-feira, dia 8. Equipes de resgate locais, reforçadas pela ajuda da comunidade internacional, correm contra o tempo para encontrar sobreviventes sob os escombros dos milhares de prédios que colapsaram nos dois lados da fronteira – uma missão muito dificultada pelo rigoroso inverno, enquanto o prazo considerado crítico para encontrar pessoas com vida se esgota.
À medida que cresce o número de mortes, aumenta a insatisfação da população frente a reação do governo de Recep Tayypi Erdogan ao desastre.
Em Gaziantep, cidade no sudeste da Turquia conhecida por seus mosaicos, as escavadoras e os cães farejadores só começaram a vasculhar os escombros na tarde de terça-feira. "É muito tarde. Agora esperamos nossos mortos", disse suspirando uma mulher que esperava informações sobre sua tia.
Desde segunda-feira, a cidade continua sendo afetada por abalos secundários, e falta tudo aos sobreviventes: as lojas estão fechadas, não há gás – e, consequentemente, não há calefação – e encontrar gasolina é raro. Só continuam abertas algumas padarias, em frente das quais se formam longas filas. (Com agências internacionais).