O Brasil registrou 3.950 novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, marca que representa um novo recorde diário de vítimas, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O País tem assistido a um crescimento vertiginoso de casos, internações e óbitos pela doença ao longo do último mês. Em março, 66.868 morreram pelo novo coronavírus, 20.799 nos últimos sete dias.
A última semana foi a que mais acumulou óbitos em toda a pandemia. A marca também vale para o mês de março de 2021, o mais letal de todo o período. As mortes dos últimos 31 dias superaram a maior marca anterior, de julho, quando 32,9 mil pessoas morreram em decorrência da doença. O número de março deste ano é, portanto, mais que o dobro do pior momento da pandemia no ano passado.
A média móvel diária de óbitos ficou em 2.971 nesta quarta-feira. Essa média leva em consideração dados dos últimos sete dias e, na prática, soma os registros do período e divide por sete para entender a tendência da curva. Ela está acima de 2 mil desde o dia 17 de março e agora se aproxima das 3 mil vítimas diárias, o que coloca o Brasil com a maior média de todo o mundo no momento. Em toda a pandemia, os óbitos chegaram a 321.886.
O cenário é formado por uma piora considerável nos dados de Estados nas diferentes regiões. Onze Estados estão atualmente com a maior média diária de mortes de toda a pandemia: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. A maior média absoluta é observada em São Paulo, onde morreram 821 pessoas a cada 24 horas nos últimos sete dias.
Vinte e quatro Estados e o Distrito Federal mantêm a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes com covid-19 acima de 80%, mostra um boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta terça-feira, 30. Entre esses Estados, dezessete e o DF possuem taxa acima dos 90%, indicando a continuidade da pressão causada pela doença sobre o sistema de saúde nacional.
O número de novos casos da doença confirmados nas últimas 24 horas ficou em 89.200, segundo dados reunidos junto às secretarias estaduais de Saúde pelo consórcio formado por <b>Estadão</b>, <i>G1</i>, <i>O Globo</i>, <i>Extra</i>, <i>Folha</i> e <i>UOL</i>. No total, o País soma 12.753.258 diagnósticos confirmados da doença. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 11.169.937 recuperados e 1.257.295 pessoas em acompanhamento médico.
O comitê de crise criado pelos três poderes para avançar nas medidas contra a pandemia teve uma nova reunião nesta quarta-feira. No encontro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçaram a necessidade de uso da máscara e do distanciamento social. A posição não foi seguida pelo presidente Jair Bolsonaro, que criticou medidas de isolamento e lockdown.
<b>Consórcio reúne dados desde o dia 8 de junho</b>
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.