O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil recuou a 47,8 pontos em janeiro, após 49,8 pontos em dezembro, segundo a IHS Markit. A queda foi acompanhada pela contração mais acelerada nos últimos 20 meses dos índices de novos pedidos e de produção, assim como a primeira redução do índice de emprego em dez meses.
"O difícil ambiente econômico enfrentado pelos fabricantes brasileiros nos últimos meses piorou com a escalada da pandemia", afirma em nota a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna de Lima, que também cita a inflação elevada e a redução do poder de compra das famílias como fatores limitantes da demanda no período.
De acordo com a IHS, os subsetores foram afetados de forma mista pelos recuos no PMI, com contrações entre fabricantes de bens de consumo e intermediários, mas crescimento renovado nas empresas de bens de produção.
As companhias participantes relataram escassez de matérias-primas, problemas de remessa e elevação no nível de funcionários ausentes em decorrência da Covid-19 no período. As empresas também diminuíram a compra de insumos devido aos altos preços para diversos itens, à queda nas vendas e a menor necessidade de produção.
"Um dado encorajador, contudo, é que as pressões inflacionárias diminuíram em janeiro. Tanto os custos de insumos quanto a inflação da produção aumentaram ao ritmo mais lento em 19 meses, permanecendo, ainda assim, entre os mais elevados em 16 anos de pesquisa", pontua Lima.
O nível geral de sentimento positivo melhorou para o maior patamar em sete meses, movido por expectativa de arrefecimento da atual onda de Covid-19 e previsões de recuperação do setor automotivo, além de melhora nas condições de demanda.