Um dia após tornar-se o 3º país com mais mortes por coronavírus, o Brasil registrou 1.005 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, o que aumentou o total de óbitos pela doença para 35.026 no País, segundo balanço divulgado na noite desta sexta, 4, pelo Ministério da Saúde. Por quatro dias consecutivos, o País contabilizou mais de mil mortes e mais de 28 mil novos casos confirmados da doença no período de 24 horas: foram 30.830 de ontem para hoje e agora já são 645.771 pessoas contaminadas.
Entre as nações com óbitos pela covid-19, o Brasil soma 35.026 óbitos e só está atrás dos Estados Unidos (109.042 óbitos) e Reino Unido (40.344 óbitos), no total de vidas perdidas para a doença.
O Brasil ainda não atingiu o pico de casos do novo coronavírus, mas Estados e municípios do País já anunciaram planos de flexibilização das quarentenas e de retomada das atividades econômicas.
Países que já viveram o agravamento da pandemia só começaram a relaxar as restrições de circulação ao menos um mês depois do pico da doença. Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Espanha esperaram, em média, 44 dias após o pico para flexibilizar as quarentenas, segundo levantamento do Estadão.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estipulou critérios para que os países retomem suas atividades. A entidade alertou em abril que os países não podem reabrir sem ter capacidade para identificar onde o vírus está, isolar os casos, mapear as redes de transmissão e ter leitos para tratar todos os pacientes.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 5, que o País pode deixar a Organização Mundial de Saúde (OMS) caso o órgão mantenha uma atuação "partidária".
O presidente, que tem contrariado orientações do órgão internacional sobre o combate à pandemia do coronavírus, afirmou que "não precisa de gente lá fora dando palpite na saúde aqui dentro".
Nesta sexta-feira, 5, o Ministério da Saúde mais uma vez deixou de fazer a entrevista coletiva para prestar esclarecimento sobre as ações relacionadas ao combate da covid-19.
Quando as coletivas acontecem, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, não participa. As perguntas ao ministério têm sido respondidas por secretários substitutos, que negam-se a responder temas mais espinhosos.
<b>Atraso em dados da covid-19</b>
Após o terceiro dia seguido em que o Ministério da Saúde atrasa a divulgação do número de mortos e infectados pela covid-19, o presidente Jair Bolsonaro indicou, nesta sexta-feira, 5, ser proposital a mudança no horário. "Acabou matéria no Jornal Nacional", disse o presidente, em rerefência ao telejornal noturno da TV Globo, que detém a maior audiência do País.
Questionado, Bolsonaro não confirmou ter partido dele a ordem para que os dados, antes entregues por volta das 19h, sejam apresentados apenas às 22h. "Não interessa de quem partiu (a ordem). Acho que é justa essa ideia da noite, sair o dado completamente consolidado", disse o presidente em entrevista na noite desta sexta-feira em frente ao Palácio da Alvorada.
<b>Brasil é o país que mais confirma mortes por covid-19 </b>
Na compilação de dados feita pela plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford, no Reino Unido, já há três dias o Brasil é o país que mais confirma mortes por covid-19 a cada 24 horas.
Em termos absolutos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, somos agora o terceiro país do mundo com mais mortes (34.021), em rápida aproximação do Reino Unido, segundo colocado com 40.344 óbitos, e que tem registrado entre 300 e 400 mortes por dia já há algumas semanas.Ministério atrasa divulgação de infectados e mortos por covid-19 pelo terceiro dia seguido.