O País registrou uma taxa de informalidade de 39,7% no mercado de trabalho no trimestre até agosto de 2022. O Brasil alcançou um recorde de 39,307 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).
Em um trimestre, mais 179 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. A geração de vagas no período totalizou 1,497 milhão, ou seja, foi puxada majoritariamente por ocupações formais.
"Notamos que, diferentemente de outros momentos que a gente já mostrou aqui, a expansão da população ocupada informal fica menor do que a expansão da ocupação como um todo. O peso da informalidade, a contribuição da informalidade na expansão global da ocupação é bem menor que o verificado em momentos anteriores", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A alta na informalidade em um trimestre foi de 0,5%. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais cresceu 5,6%, 2,101 milhões de pessoas a mais atuando nessa condição.
Adriana Beringuy explica que o trabalho informal se recuperou antes e mais rapidamente que o trabalho formal.
"A gente tem um mercado de trabalho que vem se recuperando desde o fim de 2020. A recuperação foi baseada no mercado informal ao longo de todo o ano de 2021, e, a partir do final de 2021, a gente começa a ter também uma expansão da parte formal na ocupação", disse a coordenadora do IBGE. "Não significa que a informalidade parou de crescer."
A pesquisadora disse que a geração de vagas com carteira assinada no setor privado e a abertura de postos de trabalho no setor público "contribuem para ter um pouco mais de formalidade dentro da ocupação, muito embora a taxa de informalidade ainda permaneça num patamar elevado".
"Não necessariamente a gente está tendo uma substituição, trabalhadores informais passando a ser formais. O que a gente percebe é que embora tenha crescimento da ocupação com carteira, a alta da informalidade permanece em curso", disse ela, ressaltando que o contingente recorde de informais tem contribuição importante para a manutenção do total de ocupados no mercado de trabalho.
<b>Carteira assinada</b>
Segundo o IBGE, o trimestre encerrado em agosto de 2022 mostrou uma abertura de 398 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em maio. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, 3,080 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado.
O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 35,576 milhões no trimestre até agosto, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram um recorde de 13,160 milhões, 355 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até agosto de 2021, foram criadas 1,818 milhão de vagas sem carteira no setor privado.
O trabalho por conta própria ganhou a adesão de 213 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,869 milhões. O resultado significa 616 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes.
O número de empregadores aumentou em 67 mil em um trimestre. Em relação a agosto de 2021, o
total de empregadores é 565 mil superior.
O País teve um aumento de 63 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,851 milhões de pessoas. Esse contingente é 557 mil pessoas maior que no ano anterior.
O setor público teve 481 mil ocupados a mais no trimestre terminado em agosto ante o trimestre encerrado em maio. Na comparação com o trimestre até agosto de 2021, foram abertas 866 mil vagas.