No terceiro trimestre deste ano, o Santander Brasil manteve o segundo lugar na geração de resultados do Grupo em todo o mundo, com lucro de 603 milhões de euros atribuível ao controlador. Ficou atrás apenas do Santander Espanha, que teve lucro líquido de 722 milhões de euros no mesmo intervalo.
O resultado do Santander Brasil em euros caiu 9% em relação ao mesmo período do ano passado. O balanço divulgado pela filial brasileira mostrou uma redução no custo de crédito, que vinha reduzindo os resultados, mas ao mesmo tempo também trouxe uma expansão das despesas, diante do crescimento da estrutura do banco no País.
Os números dos balanços brasileiro e espanhol não são diretamente comparáveis. No Brasil, o Santander informa os resultados no padrão contábil determinado pelo Banco Central, o BR-Gaap. Na Europa, o Grupo Santander informa resultados através da norma contábil IFRS.
Embora não haja grande divergência, as normas levam a números diferentes em linhas como a de provisões contra a inadimplência. O BR-Gaap inclui os pisos de provisão estabelecidos pelo Banco Central, que sobem conforme o tempo de atraso de um crédito inadimplente. O IFRS não tem pisos, e determina a provisão conforme a expectativa de perda.
Na prática, os bancos brasileiros fazem uma mistura entre as duas regras: seguem os pisos determinados pelo BC, mas também fazem provisões antecipadas com base na perda esperada. O caso Americanas foi um exemplo, porque mesmo sem os créditos da companhia entrarem em atraso, os bancos – o Santander entre eles – constituíram provisões quando a empresa entrou em recuperação judicial, no início do ano.
A operação brasileira do Santander é a maior do mundo em número de funcionários, com mais de 55 mil, e também em postos de atendimento, com 2,6 mil.
O balanço do Grupo Santander também traz informações sobre a Getnet, empresa de maquininhas do banco. No Brasil, a captura de transações pela companhia cresceu 15% nos nove primeiros meses deste ano. O banco não informa os volumes.