Que ninguém entenda que o título deste editorial possa ser generalizado a uma população que beira 200 milhões de brasileiros. Com certeza, a imensa maioria não se encaixa nesse perfil. Porém, a minoria que tem alguma chance de se prevalecer pela corrupção coloca o país na incômoda 69ª colocação entre as 178 nações abrangidas pelo ranking anual da ONG Transparência Internacional, recentemente divulgado. O índice de 2011 foi elaborado com base em depoimentos e entrevistas de empresários e especialistas de organizações independentes, entre janeiro de2009 e setembro de 2010. O Brasil aparece com pontuação final abaixo da média de 3,7, a mesma do ano passado.
Na série histórica dessa pesquisa, iniciada em
Porém, é fato, não existe a mínima vontade política de reverter esse quadro. Basta ver a quantidade de denúncias e processos que tramitam nas mais diferentes esferas dos poderes Legislativo e Judiciário, contra integrantes do Executivo e também desses dois poderes. A faxina ética tão prometida pela presidente Dilma Rousseff, tão logo perdeu seu primeiro ministro acusado por corrupção, foi apenas uma jogada de marketing. Nada foi feito.
Agora, enquanto a improbidade continuar livre, leve e solta, nunca haverá receita suficiente para saúde, educação e segurança, entre outras prioridades para o poder público.
Enquanto a corrupção prevalecer nas relações entre o Estado e seus fornecedores, os recursos públicos seguirão pelos ralos, abastecendo contas de particulares inescrupulosos. A velha cultura de criar dificuldades para vender facilidades impera no país dos corruptos – e dos corruptores. Talvez somente uma grande mudança cultural mesmo consiga acabar com essa praga. Só que chegar a isso requer uma mudança completa de usos e costumes, algo meio qu e fora da pauta de nossos governantes.